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10/11/2017

Resultados da Cyrela e da Tecnisa têm piora no 3º tri

O lucro da EZTec cresceu 5,75 vezes, para R$ 280,4 milhões. A Tenda elevou seu ganho líquido em 33,3%, para R$ 30,7 milhões.

A Cyrela e a Tecnisa apresentaram, ontem, prejuízos líquidos no terceiro trimestre, enquanto a EZTec e a Tenda tiveram resultados líquidos positivos. Mais tradicional incorporadora do Brasil, a Cyrela teve seu segundo prejuízo trimestral, no valor de R$ 6,8 milhões, ante lucro de R$ 14,4 milhões um ano antes. A perda da Tecnisa cresceu 31,4%, para R$ 142 milhões. O lucro da EZTec cresceu 5,75 vezes, para R$ 280,4 milhões. A Tenda elevou seu ganho líquido em 33,3%, para R$ 30,7 milhões.

A receita líquida da Cyrela caiu 25,7%, para R$ 598 milhões. A margem bruta passou de 30,7% para 24,6%. O resultado teve impacto negativo de R$ 4 milhões de novas contingências. Por outro lado, a companhia registrou efeitos positivos de R$ 27 milhões de sua participação no resultado da Cury e de R$ 6 milhões da fatia no resultado da MAC. Houve também efeito positivo de R$ 1,3 milhão de vendas e distratos de terrenos no trimestre.

A venda de participações societárias no valor de R$ 103 milhões teve forte contribuição para a geração de caixa de R$ 285 milhões da Cyrela no trimestre. A companhia vendeu ações da Tecnisa e participação em sociedade de propósito específico (SPE) em parceria com a Cyrela Commercial Properties (CCP). A incorporadora registrou menos desembolso com obras e com juros de dívidas.

No caso da Tecnisa, o prejuízo resulta de distratos, provisões e perdas com empréstimos para parceiros. A empresa fez provisão para perda de R$ 60 milhões com créditos concedidos a parceiros e construtores cuja capacidade para honrá-los era "insuficiente" na sua avaliação. Houve provisão para perda de R$ 8 milhões com o redimensionamento do custo das unidades em estoque e provisão para perda de R$ 3 milhões com a redefinição do custo de terrenos para venda. A Tecnisa teve gastos com alta de provisões de indenização e cíveis e desembolsos com manutenção de prédios prontos.

A Tecnisa apresentou alta de 143,9% na receita líquida, para R$ 12,49 milhões. A margem bruta ficou negativa em 144,9%, ante o indicador também negativo de 926,5% do intervalo de julho a setembro do ano passado. A companhia registrou despesas gerais e administrativas de R$ 16 milhões, com queda de 46%. A Tecnisa teve prejuízo financeiro de R$ 17,75 milhões, ante o resultado financeiro positivo de R$ 2,648 milhões do terceiro trimestre de 2016.

Os resultados da EZTec melhoraram devido à venda da Torre B do EZ Towers para a Brookfield por R$ 650 milhões. A receita líquida aumentou seis vezes, para R$ 691,7 milhões. A margem bruta subiu de 44,1% para 45,5%. A operação contribuiu também para a geração de caixa de R$ 720,1 milhões.

Neste ano, os lançamentos da EZTec vão somar R$ 350 milhões neste ano, sem considerar a Torre B. Com o empreendimento, o Valor Geral de Vendas (VGV) dos lançamentos chegará a R$ 1 bilhão. Em 2017, as entregas vão somar o recorde de R$ 1,4 bilhão, com 3.100 unidades. Em 2018, a incorporadora vai entregar 500 unidades, o equivalente a R$ 233 milhões. A maior parte dos distratos ocorre na fase de entrega. Como o volume de unidades a serem concluídas terá queda expressiva, as rescisões vão impactar menos os resultados.

A tendência é que a receita da EZTec cresça no próximo ano, de acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores, Emílio Fugazza. A receita de execução de obras cairá em decorrência do menor volume em construção e do pequeno número de lançamentos dos últimos anos. Mas a expectativa, segundo ele, é que isso seja mais do que compensado pela receita da venda de unidades prontas, não impactada pelos distratos.

A receita líquida da Tenda subiu 33,6% no trimestre, para R$ 361,4 milhões. A margem bruta aumentou de 33,6% para 36,3%. O valor da rubrica outras despesas operacionais mais do que triplicou, passando de R$ 10,5 milhões para R$ 36 milhões. A companhia elevou a provisão para demandas judiciais com expectativa de perda maior em ações cíveis relacionadas a unidades do legado das safras antigas. Esse ajuste resultou em despesa extraordinária de R$ 21 milhões.

A companhia teve geração de caixa recorde de R$ 83,2 milhões, como reflexo da alta de 83% das unidades repassadas na comparação anual. No fim de setembro, a incorporadora tinha caixa líquido de R$ 256,8 milhões. 

FONTE: VALOR ECONôMICO