Mês a mês

Brasil e 10 capitais

IGMI-R ABRIL 2025

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

 

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 0,86% em abril, desacelerando em relação à variação de 1,07% observada em março. Apesar da perda de fôlego no curto prazo, o ritmo de valorização acumulado em 12 meses permaneceu praticamente estável, passando de 10,73% para 10,63%. Esse leve arrefecimento na taxa interanual sugere o início de uma fase de valorização mais moderada no mercado de imóveis residenciais. A desaceleração está alinhada ao cenário macroeconômico vigente, que combina uma taxa Selic ainda em nível restritivo, retração no crédito imobiliário devido à menor disponibilidade de funding do SBPE e uma economia em ritmo mais contido. Esse contexto impõe maior seletividade ao processo de compra, favorecendo um ajuste gradual entre oferta e demanda e contribuindo para reduzir pressões inflacionárias no setor habitacional.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

Região

Cidades

Var.% mês

Var.% acumulada em 12 meses

mar/25

abr/25

mar/25

abr/25

Nacional

BRASIL

1,07

0,86

10,73

10,63

Sudeste

São Paulo

1,20

0,75

10,51

10,37

Rio de Janeiro

0,91

-0,57

6,23

5,51

Belo Horizonte

1,80

1,41

17,43

16,80

Nordeste

Fortaleza

0,74

1,31

10,75

11,02

Recife

0,45

1,88

4,97

5,63

Salvador

0,58

3,17

18,83

21,67

Sul

Curitiba

-0,14

0,87

13,09

12,31

Porto Alegre

0,45

-0,05

2,45

3,31

Centro-Oeste

Goiânia

0,82

1,24

11,48

10,69

Brasília

2,69

0,37

4,58

2,48

                                Fonte: Elaboração FGV/IBRE com dados da ABECIP 

 

A leitura regional do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) mostra dinâmicas heterogêneas entre os principais centros urbanos do país, refletindo as particularidades locais de oferta, demanda e acesso ao crédito.

No Sudeste, São Paulo — maior mercado do país e de grande peso no índice nacional — registrou uma desaceleração expressiva no ritmo de valorização dos imóveis residenciais, com alta de 0,75% em abril frente a 1,20% em março. No acumulado de 12 meses, a variação recuou levemente de 10,51% para 10,37%. Belo Horizonte manteve patamar elevado de crescimento, embora em trajetória de desaceleração: de 1,80% em março para 1,41% em abril. Já o Rio de Janeiro inverteu o sinal e apresentou queda de 0,57% nos preços, após alta de 0,91% no mês anterior — reflexo de um mercado pressionado por estoques elevados e restrições na renda disponível das famílias.

No Nordeste, observou-se aceleração dos preços em todas as capitais analisadas. Salvador foi o destaque com alta expressiva de 3,17% em abril, ante 0,58% no mês anterior, acumulando valorização de 21,67% em 12 meses. Esse movimento indica possível reaquecimento da demanda local. Fortaleza e Recife também apresentaram aceleração, com altas de 1,31% e 1,88%, respectivamente, o que contribuiu para uma leve elevação nas taxas acumuladas em 12 meses.

A região Sul apresentou um comportamento mais moderado. Em Porto Alegre, os preços praticamente se estabilizaram, com leve recuo de 0,05% em abril, após alta de 0,45% no mês anterior. Já em Curitiba, houve uma aceleração expressiva, com a variação passando de -0,14% para 0,87%.

IGMI-R

Evolução da variação (%) acumulada nos primeiros quatro meses desde 2016 

Cidades

Sudeste

Nordeste

Sul

Centro-Oeste

Nacional

São Paulo

Rio de Janeiro

Belo Horizonte

Fortaleza

Recife

Salvador

Curitiba

Porto Alegre

Goiânia

Brasília

BRASIL

2016

-0,78

-0,68

-2,28

1,59

-0,24

-0,56

-1,63

-0,47

0,94

-0,01

-0,66

2017

-0,12

-0,71

-0,75

0,79

-0,17

-0,43

0,61

0,11

-0,69

-0,07

-0,22

2018

0,32

-0,93

0,08

0,42

0,12

-0,09

0,06

0,66

0,01

-0,23

0,10

2019

0,88

-0,52

0,58

0,71

0,21

0,73

1,36

1,07

0,45

0,71

0,54

2020

7,79

1,59

2,38

3,87

1,86

6,30

5,87

3,82

6,55

4,32

5,28

2021

5,14

1,59

0,89

0,65

0,94

1,70

2,15

1,41

2,18

3,97

2,97

2022

3,76

4,27

2,33

2,17

1,56

5,64

3,46

2,24

5,13

4,21

3,87

2023

2,35

2,43

1,09

2,63

3,31

2,61

2,01

4,39

2,91

1,27

2,52

2024

5,61

0,69

11,26

2,73

6,26

4,21

8,69

2,77

7,26

7,82

5,24

2025

2,99

1,80

3,55

2,32

4,74

4,59

3,04

4,34

3,32

4,47

3,28

Fonte: Elaboração FGV/IBRE com dados da ABECIP  

A relação entre o IGMI-R e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) continua merecendo atenção especial, uma vez que o INCC frequentemente antecipa movimentos nos preços dos imóveis residenciais. O gráfico confirma essa correlação com defasagem: as pressões de custo registradas em 2021 e 2022 foram seguidas por uma trajetória ascendente do IGMI-R em 2022 e início de 2023. A partir de então, enquanto o INCC desacelerava, o IGMI-R também passou a perder fôlego, até registrar sua mínima em meados de 2023. Mais recentemente, o INCC retomou uma trajetória de alta, passando de cerca de 4% para 7,52% no acumulado em 12 meses até abril de 2025, enquanto o IGMI-R também avançou, atingindo 10,63% no mesmo período. Esse movimento reforça o risco de novos repasses de custos às unidades habitacionais, sobretudo diante do estreitamento das margens das incorporadoras. Em mercados mais aquecidos, a manutenção dessa tendência pode restringir a oferta futura e sustentar pressões sobre os preços, limitando o setor imobiliário como um todo. 

IGMI-R x INCC 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses  

 

                         Fonte: FGV e ABECIP 

Em contraste com os preços de venda, o Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR) vem registrando perda de fôlego de forma mais acentuada. Após atingir um pico recente no segundo semestre de 2024, a taxa interanual do IVAR iniciou trajetória de desaceleração, recuando para 5,92% em abril de 2025. Embora o mercado de locação ainda apresente relativa resiliência em algumas capitais, o ritmo de reajustes claramente se enfraqueceu nos últimos meses. Esse movimento pode representar um ponto de inflexão no segmento, refletindo os efeitos cumulativos da política monetária restritiva, que tem mantido a taxa Selic em patamar elevado. Com impacto sobre o consumo das famílias e a geração de renda, observa-se maior seletividade por parte dos locatários e menor disposição para absorver novos aumentos. Nesse contexto, a capacidade de repasse de preços pelos proprietários encontra limites mais evidentes, o que tende a moderar os reajustes à frente e contribui para conter pressões inflacionárias no segmento habitacional. 

IGMI-R x IVAR 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses  

 

                         Fonte: FGV e ABECIP 

A comparação entre o IGMI-R e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revela uma dissociação relevante entre a inflação geral da economia e a dinâmica dos preços no mercado imobiliário residencial. Enquanto o IPCA acumulou alta de 5,53% em 12 meses até abril de 2025, o IGMI-R permanece em patamar bem superior, com variação interanual de 10,63%. Apesar da trajetória de desaceleração iniciada em meados de 2022, os preços dos imóveis seguem pressionados por fatores estruturais, como o elevado custo da construção, a escassez relativa de unidades em regiões centrais e a rigidez da oferta em alguns mercados metropolitanos. Além disso, a transmissão da política monetária sobre o setor imobiliário ocorre com defasagem, dado o caráter de longo prazo dos contratos e a estrutura de funding.   Ainda assim, os sinais recentes de perda de fôlego no IGMI-R indicam o início de um possível processo de convergência gradual com os fundamentos macroeconômicos.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

                          Fonte: IBGE e ABECIP 

A trajetória de desaceleração da taxa interanual do IGMI-R, observada desde outubro de 2024, reforça os sinais de arrefecimento gradual no mercado imobiliário residencial. Em abril de 2025, o índice acumula alta de 10,63% em 12 meses, inferior ao pico registrado no início do ciclo de alta.

A correlação entre o IGMI-R e o INCC segue relevante para entender a formação dos preços residenciais. Embora a transmissão dos custos de construção ocorra com defasagem, o INCC voltou a acelerar nos últimos trimestres, atingindo 7,52% em abril de 2025, o que impõe restrições ao lançamento de novos projetos, especialmente na faixa de médio padrão, onde a sensibilidade a preço é maior. Por outro lado, os sinais de inflexão no ciclo monetário ganham peso nas decisões de compra. Apesar de a taxa Selic ainda estar em patamar elevado, as expectativas mais benignas quanto à trajetória futura dos juros podem estimular o interesse por ativos imobiliários, abrindo espaço para uma retomada da demanda, especialmente entre investidores e compradores de primeira moradia.

Nesse cenário, o IGMI-R mantém-se como ferramenta essencial para o monitoramento da dinâmica do setor. Sua granularidade regional e sensibilidade a variações conjunturais tornam o índice uma referência valiosa para incorporadoras, agentes financeiros, gestores de ativos e formuladores de política pública. Os dados dos próximos meses serão decisivos para discernir se o movimento atual configura uma inflexão mais estrutural no ciclo de valorização ou se representa apenas uma pausa temporária em um setor historicamente condicionado por variáveis macroeconômicas e pelo custo do capital.

 

 

 

 

IGMI-R MARÇO 2025

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial

(IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) avançou 1,07% em março, acelerando frente à variação de 0,91% registrada em fevereiro. Apesar desse impulso no curto prazo, a taxa acumulada em 12 meses desacelerou pela segunda vez consecutiva, passando de 11,19% para 10,73%. Esse arrefecimento na variação interanual sinaliza um possível esgotamento do ciclo de valorização mais intensa dos ativos residenciais. A moderação do ritmo de crescimento é coerente com a atual conjuntura macroeconômica, marcada por juros elevados — com a taxa Selic em patamar restritivo —, expectativa de desaceleração do crédito imobiliário diante da redução do funding e uma atividade econômica que avança de forma mais modesta. Esses fatores combinados impõem maior seletividade ao mercado comprador, o que tende a promover maior equilíbrio entre oferta e demanda, limitando a persistência de pressões inflacionárias no segmento habitacional.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

Região

Cidades

Var.% mês

Var.% acumulada em 12 meses

fev/25

mar/25

fev/25

mar/25

Nacional

BRASIL

0,91

1,07

11,19

10,73

Sudeste

São Paulo

0,46

1,20

10,92

10,51

Rio de Janeiro

1,29

0,91

5,72

6,23

Belo Horizonte

0,23

1,80

17,89

17,43

Nordeste

Fortaleza

0,22

0,74

10,82

10,75

Recife

2,74

0,45

5,79

4,97

Salvador

0,22

0,58

18,51

18,83

Sul

Curitiba

1,59

-0,14

16,62

13,09

Porto Alegre

2,23

0,45

4,38

2,45

Centro-Oeste

Goiânia

1,09

0,82

12,62

11,48

Brasília

1,13

2,69

4,98

4,58

                      Fonte: Elaboração FGV/IBRE com dados da ABECIP

A análise regional do IGMI-R revela dinâmicas heterogêneas entre os principais centros urbanos do país, refletindo especificidades locais de demanda, oferta e condições de crédito. São Paulo, mercado de maior representatividade no índice, registrou aceleração expressiva nos preços residenciais, com alta de 1,20% em março frente a 0,46% em fevereiro, sinalizando maior pressão sobre os ativos imobiliários, possivelmente influenciada por segmentos de média e alta renda. Belo Horizonte também apresentou variação acentuada, com o índice saltando de 0,23% para 1,80%, movimento que pode indicar recomposição de preços após um período de relativa estabilidade.

Em contraste, o Rio de Janeiro exibiu desaceleração, com a taxa mensal recuando de 1,29% para 0,91%. Embora ainda positiva, essa moderação pode refletir a dinâmica específica do mercado carioca, onde a valorização dos imóveis encontra limite no elevado estoque e na rigidez da renda disponível das famílias. Ainda assim, o mercado de locação segue aquecido, especialmente em bairros com boa infraestrutura urbana, o que pode estar gerando efeitos indiretos sobre os preços de venda por meio da compressão do cap rate (retorno esperado do aluguel sobre o valor do imóvel).

Nas regiões Nordeste e Sul, o comportamento dos preços residenciais também apresentou variações relevantes. No Nordeste, Fortaleza se destacou com uma aceleração significativa, registrando alta de 0,74% em março, frente à elevação de apenas 0,22% no mês anterior. Esse movimento pode refletir um reaquecimento pontual da demanda, decorrente de contratos de compra pactuados anteriormente.

No Sul, observa-se um quadro de desaceleração mais evidente. Em Porto Alegre, a variação mensal recuou de 2,23% em fevereiro para 0,45% em março, enquanto Curitiba passou de uma alta de 1,59% para uma ligeira queda de -0,14%. Essa redução nos principais mercados do Sul pode sinalizar o início de um ciclo de correção de preços, em linha com a menor propensão ao consumo de bens duráveis em contextos de juro real elevado. Além disso, o aumento do custo de oportunidade entre imóveis e ativos financeiros mais líquidos pode estar redirecionando parte da demanda para investimentos menos expostos à iliquidez do mercado imobiliário.

Por outro lado, Belo Horizonte manteve-se como um dos mercados mais aquecidos do país, embora tenha sinalizado início de acomodação em seu ritmo de valorização. A taxa interanual recuou de 24,08% para 17,89% em março, indicando uma possível inflexão após sucessivas altas expressivas ao longo de 2024. Embora ainda elevado em termos absolutos, esse movimento sugere uma trajetória de estabilização dos preços dos imóveis residenciais, compatível com a absorção dos ajustes promovidos nos últimos trimestres e com um mercado que começa a se reequilibrar entre oferta e demanda.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) no primeiro trimestre desde 2016

 

Cidades

Sudeste

Nordeste

Sul

Centro-Oeste

Nacional

São Paulo

Rio de Janeiro

Belo Horizonte

Fortaleza

Recife

Salvador

Curitiba

Porto Alegre

Goiânia

Brasília

BRASIL

2016

-0,71

-0,47

-1,62

0,90

-0,68

-1,68

0,07

-0,41

1,14

0,06

-0,57

2017

-0,16

-0,67

-0,28

0,60

-0,17

0,30

0,85

-0,17

-0,57

-0,06

-0,17

2018

0,30

-0,92

0,05

0,39

0,05

0,04

0,62

-0,08

-0,01

-0,21

0,08

2019

0,49

-0,60

0,16

0,36

0,19

0,92

0,83

0,55

0,33

0,33

0,26

2020

5,48

0,35

1,48

2,60

0,88

3,42

2,00

4,67

4,28

2,83

3,44

2021

3,12

0,42

0,78

0,41

0,55

1,21

0,53

1,18

1,61

2,54

1,73

2022

2,82

3,19

1,58

1,30

0,93

1,66

1,24

4,39

3,17

3,13

2,76

2023

2,27

1,82

0,84

2,43

2,16

1,16

3,79

1,63

1,59

1,02

2,05

2024

4,69

0,58

9,12

1,65

4,95

7,01

3,69

3,42

5,19

5,26

4,24

2025

2,22

2,38

2,11

1,00

2,81

2,15

4,39

1,37

2,05

4,08

2,39

Fonte: Elaboração FGV/IBRE com dados da ABECIP

A relação entre o IGMI-R e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) merece atenção especial, uma vez que o INCC frequentemente atua como um indicador antecedente da dinâmica de preços dos imóveis residenciais. Historicamente, há evidências de correlação com defasagem, sugerindo que elevações persistentes nos custos da construção tendem a ser repassadas aos preços dos imóveis com algum atraso. No recorte mais recente, a taxa interanual do INCC passou de 7,42% em fevereiro para 7,54% em março, mantendo uma trajetória ascendente. Como resultado desta correlação, há risco de perda de dinamismo do setor.

IGMI-R x INCC

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses            

        Fonte: FGV e ABECIP

Em contraste com os preços de venda, o Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR) registrou desaceleração em sua taxa interanual, passando de 8,01% em fevereiro para 6,55% em março. Apesar de o mercado de locação permanecer aquecido em diversas capitais, o ritmo de reajuste dos aluguéis começa a perder fôlego. Essa retração pode sinalizar um ponto de inflexão no segmento, sugerindo que os efeitos da política monetária restritiva — evidenciada pela manutenção da taxa Selic em níveis elevados — estão começando a influenciar para além do mercado de crédito.

IGMI-R x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

        Fonte: FGV e ABECIP

A comparação entre o IGMI-R e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) evidencia uma dissociação   entre a inflação geral da economia e a dinâmica dos preços no mercado imobiliário residencial. Enquanto o IPCA acumulou alta de 5,48% na taxa interanual até março de 2025, o IGMI-R, registrando 10,73% no mesmo período, permanece operando em níveis superiores, apesar da trajetória de desaceleração observada nos últimos meses. Esse diferencial reflete, em grande parte, pressões inflacionárias setoriais — como o elevado custo da construção, a escassez relativa de determinados perfis de imóveis e a rigidez da oferta em algumas regiões metropolitanas. Além disso, a transmissão da política monetária restritiva sobre os preços dos imóveis tende a ocorrer com maior defasagem temporal em relação ao consumo corrente, dada a natureza de longo prazo dos contratos imobiliários e a inércia típica desse mercado. Assim, o setor imobiliário segue exibindo dinâmica própria, relativamente dissociada da inflação geral, ainda que sinais de convergência com os fundamentos macroeconômicos comecem a emergir.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

        Fonte: IBGE e ABECIP

Em uma análise comparativa, observa-se que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) voltou a acelerar em sua taxa interanual, passando de 7,42% em fevereiro para 7,54% em março, refletindo a persistência de pressões inflacionárias sobre insumos, mão de obra e materiais. Em sentido oposto, o Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR) sinalizou moderação, com sua taxa interanual recuando de 8,01% para 6,55% no mesmo período. Essa divergência evidencia uma dinâmica setorial assimétrica: enquanto a cadeia de produção de imóveis permanece pressionada pelo aumento de custos, o mercado de locação já começa a refletir os efeitos restritivos da política monetária e a menor capacidade de repasse de preços.

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

      Fonte: FGV

A trajetória de desaceleração da taxa interanual do IGMI-R, iniciada em dezembro de 2024, reforça a sinalização de uma redução gradual dos preços dos imóveis residenciais. Ainda assim, a heterogeneidade regional permanece marcante, com algumas capitais — como Belo Horizonte, São Paulo e Brasília — sustentando ritmos de valorização superior à média nacional. Esse comportamento evidencia o peso de determinantes locais, como dinâmica demográfica, escassez de oferta qualificada e infraestrutura urbana, além de fatores conjunturais, como a composição do estoque de imóveis e a atratividade relativa de ativos reais frente aos financeiros.

A correlação observada entre o IGMI-R e o INCC continua sendo uma variável importante na explicação dos movimentos de preços dos imóveis residenciais, destacando o papel persistente dos custos de construção na formação de valor dos ativos residenciais. Ainda que essa transmissão ocorra com defasagem, a manutenção de patamares elevados no INCC impõe restrições à expansão da oferta, sobretudo em projetos voltados para a classe média. Ao mesmo tempo, os sinais do ciclo monetário tornam-se cada vez mais relevantes. Embora os cortes na taxa Selic ainda não sejam iminentes, expectativas positivas quanto à política monetária podem reaquecer a demanda por imóveis, revertendo parcialmente o atual movimento de moderação.

Nesse contexto, o IGMI-R mantém-se como instrumento indispensável para o monitoramento das tendências do setor imobiliário. Sua capacidade de capturar variações de preço com granularidade regional e temporal o torna fundamental para análises prospectivas e decisões estratégicas de investidores, incorporadoras e formuladores de política pública.  

 

IGMI-R FEVEREIRO 2025

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou uma alta de 0,91% em fevereiro, demonstrando aceleração em relação ao crescimento de 0,40% observado em janeiro. No entanto, a taxa interanual do indicador desacelerou, passando de 11,88% para 11,19% no mesmo período, sugerindo uma redução gradual na valorização dos preços imobiliários. Esse movimento está alinhado às expectativas do mercado, que indicam uma estabilização no ritmo de valorização dos imóveis devido à crescente elevação da taxa Selic, a limitação do funding subsidiado e ao crescimento mais contido da economia.

                             Fonte: Elaboração FGV/IBRE com dados da ABECIP

A análise regional revela dinâmicas distintas entre os principais mercados imobiliários do país. Enquanto São Paulo, a cidade com maior peso na composição do índice, apresentou um crescimento mais modesto (0,46% em fevereiro contra 0,54% em janeiro), o Rio de Janeiro registrou uma aceleração significativa, saltando de 0,15% para 1,29%. Esse movimento pode estar relacionado à crescente demanda por aluguéis, que impacta indiretamente os preços dos imóveis.

No Nordeste, Recife destacou-se com um forte avanço de 2,74% em fevereiro, contrastando com a queda de 0,38% registrada no mês anterior. Esse desempenho pode ser reflexo de um reaquecimento pontual no mercado local, em função de contratos pactuados em meses anteriores. No Sul, Porto Alegre e Curitiba também registraram aumentos expressivos, com altas de 2,23% e 1,59%, respectivamente, em um contexto de alta demanda por imóveis urbanos.

Por outro lado, Belo Horizonte, que vinha apresentando um ritmo acelerado de crescimento, desacelerou sua taxa interanual de 24,08% para 17,89%. Esse movimento pode estar relacionado à estabilização dos preços após fortes valorizações no ano passado.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) no mês de janeiro desde 2016

A relação entre o IGMI-R e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é um ponto de destaque. Historicamente, observa-se que o INCC atua como um indicador antecedente para o IGMI-R, com uma defasagem temporal. No período recente, o INCC manteve sua trajetória de alta, subindo de 7,14% para 7,42% na taxa interanual entre janeiro e fevereiro. Esse movimento indica que os custos da construção continuam elevados, o que pode impactar negativamente novos projetos imobiliários e limitar o crescimento do setor.

IGMI-R x INCC

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses 

Em contraste, o Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR) manteve-se estável, variando marginalmente de 7,99% para 8,01% na taxa interanual. O mercado de locação segue aquecido, especialmente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, onde a demanda por aluguel tem aumentado devido à dificuldade de acesso ao crédito imobiliário.

IGMI-R x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Já a comparação entre o IGMI-R e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revela uma dissociação significativa. Enquanto o IPCA se manteve em 5,06% na taxa interanual até fevereiro de 2025, os índices do mercado imobiliário ainda operam em patamares superiores. Esse diferencial pode estar atrelado às pressões inflacionárias específicas do setor e à lenta transmissão da política monetária sobre os preços de imóveis.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Em uma análise comparativa, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), registrou nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 7,14% em janeiro para 7,42% em fevereiro enquanto o Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR) apresentou estabilidade, com a taxa interanual passando de 7,99% para 8,01%. Esses dados sugerem que o setor de construção segue aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir. 

INCC x IVAR 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

A desaceleração da taxa interanual do IGMI-R iniciada em dezembro de 2024 reforça a hipótese de uma redução gradual dos preços no mercado imobiliário residencial. No entanto, algumas cidades continuam a exibir forte valorização, destacando-se Belo Horizonte, Salvador e Curitiba. Esse comportamento sugere que fatores locais e conjunturais seguem impulsionando o mercado de forma heterogênea pelo país.

Além disso, a relação entre o IGMI-R e o INCC aponta que os custos de construção continuam sendo um elemento muito importante para a evolução dos preços imobiliários, ainda que com defasagem. O setor também precisa observar de perto os movimentos de política monetária e os juros futuros na B3, já que eventuais cortes na taxa de juros podem estimular a demanda e reverter parte da desaceleração observada desde dezembro/2025.

Por fim, o IGMI-R segue como uma ferramenta essencial para a análise do mercado imobiliário, permitindo uma compreensão aprofundada dos ciclos de valorização e suas interseções com variáveis macroeconômicas. A evolução dos próximos meses será fundamental para determinar se o atual cenário representa uma inflexão na tendência de valorização ou apenas uma acomodação temporária dos preços.

IGMI-R JANEIRO 2025

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 0,40% em janeiro, acelerando em relação à alta de 0,23% observada em dezembro. No entanto, desacelerou na avaliação da taxa interanual, apresentando variação de 12,73% em dezembro para 11,88% em janeiro.

                  Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em janeiro, o IGMI-R apresentou aceleração em cinco das dez cidades analisadas. Entre as regiões do país, apenas no Nordeste nenhuma cidade registrou aceleração do índice. Nas demais regiões, ao menos uma cidade mostrou avanço em relação a dezembro. No Sudeste, duas cidades tiveram crescimento superior ao do mês anterior. No Sul, Curitiba e Porto Alegre registraram aceleração, enquanto no Centro-Oeste, Goiânia viu sua taxa subir de 0,06% para 0,13%.

 IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) no mês de janeiro desde 2016

A variação do IGMI-R em janeiro foi a menor desde o mesmo mês de 2019. Em comparação a 2024, observou-se um recuo na taxa em diversas cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país. Esse movimento indica uma desaceleração generalizada, registrada em oito das dez cidades analisadas.

A relação entre o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é evidente no gráfico, sugerindo que o INCC pode funcionar como um indicador antecedente para os movimentos do IGMI-R, embora com alguma defasagem temporal. No entanto, enquanto o INCC continua em aceleração, o IGMI-R mostra um ritmo de desaceleração.

IGMI-R x INCC

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O gráfico abaixo mostra que os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR), continuam em desaceleração, com a variação interanual média recuando de 8,63% para 7,99%. Essa mesma tendência foi observada no Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), cuja taxa de variação caiu de 12,73% para 11,88%.

IGMI-R x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Esses números contrastam significativamente com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ainda se mantém distante dos índices do mercado imobiliário, com uma taxa interanual de 4,56% até janeiro de 2025.

 IGMI-R x IPCA 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Em contraste, as desacelerações do IGMI-R e do Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR), no acumulado de 12 meses, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), registrou nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 6,34% em dezembro para 7,14% em janeiro.  

INCC x IVAR 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

A desaceleração da taxa interanual do IGMI-R em janeiro de 2025 reflete um ritmo mais moderado no mercado imobiliário residencial. Esse movimento reforça o papel do índice como um termômetro essencial para acompanhar as tendências do setor, capturando tanto as variações regionais quanto sua interação com outros indicadores econômicos, como o INCC e o IVAR.

Apesar da desaceleração na taxa interanual, o mercado imobiliário segue aquecido em algumas cidades, como Belo Horizonte, Salvador e Curitiba, que registraram variações acumuladas expressivas. Esse comportamento sugere que fatores locais e conjunturais continuam impulsionando o setor em determinadas regiões. Além disso, a relação entre o IGMI-R e o INCC indica que o custo da construção segue como um fator determinante para a evolução dos preços, ainda que com a defasagem característica entre os índices. 

Por fim, ao lado de outros indicadores, como o IPCA e o IVAR, o IGMI-R contribui para uma visão abrangente do mercado imobiliário, evidenciando tanto os desafios quanto as oportunidades do segmento no Brasil.

 

IGMI-R DEZEMBRO 2024

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 0,23% em dezembro, desacelerando em relação à alta de 0,82% observada em novembro. Com esse resultado, a taxa interanual desacelerou, passando de 13,77% em novembro para 12,73% em dezembro.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

         Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

 

Em dezembro, o IGMI-R registrou desaceleração em seis das dez cidades analisadas. Em todas as regiões analisadas do país, pelo menos uma cidade apresentou desaceleração no índice em comparação a novembro. No Sudeste, as três cidades representadas tiveram resultados inferiores aos do mês anterior. No Nordeste, a única desaceleração foi verificada em Salvador, onde a variação recuou de 1,57% para 0,62%. No Sul, Curitiba registrou o maior recuo, com a taxa de variação saindo de 1,42% para 0,20%. No Centro-Oeste, Goiânia apresentou a maior desaceleração, passando de 1,27% para 0,06%.

 

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) nos últimos doze meses (janeiro a dezembro) desde 2016

 

 

A variação acumulada pelo IGMI-R em 2024 alcançou 12,73%, a maior desde 2022. Em comparação a 2023, verificou-se elevação da taxa interanual em diversas cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, o que aponta para uma aceleração generalizada em várias localidades do território nacional.

A interação entre o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é evidente no gráfico, sugerindo que o INCC pode atuar como um indicador antecedente para os movimentos do IGMI-R, embora com defasagens temporais. Entre 2020 e 2021, o INCC registrou uma forte alta devido ao aumento expressivo dos custos de insumos e mão de obra no setor, o que pode ter pressionado os preços dos imóveis e impulsionado a elevação do IGMI-R nos anos subsequentes, especialmente entre 2021 e 2022.

No entanto, a desaceleração do INCC em 2022 e 2023 não resultou imediatamente em uma retração do IGMI-R, que continuou a apresentar um crescimento moderado. Esse comportamento reflete a inércia típica dos preços residenciais, de fatores como condições de financiamento e níveis de demanda no mercado imobiliário.

 

IGMI-R x INCC

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR), estão desacelerando, a variação interanual média passou de 8,75% para 8,63%. Tendência que também foi seguida pelo Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), cuja taxa de variação recuou de 13,77% para 12,73%.

IGMI-R x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses



Esses números contrastam significativamente com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, embora tenha registrado uma leve aceleração, ainda se mantém distante dos índices do mercado imobiliário, com uma taxa interanual de 4,83% até dezembro de 2024.

 

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma nova aceleração, embora discreta, em sua taxa interanual, que passou de 6,33% em novembro para 6,34% em dezembro. Já para o Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR) a taxa interanual passou de 8,75% para 8,63%. Esses dados indicam que o setor de construção continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

 

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

A desaceleração do IGMI-R em dezembro de 2024 reflete uma dinâmica mais moderada no mercado imobiliário residencial, embora o índice ainda registre um crescimento significativo em termos acumulados, alcançando 12,73% no ano. Esse desempenho reforça o papel do IGMI-R como um importante termômetro para acompanhar as tendências do mercado imobiliário, capturando tanto as variações regionais quanto a interação com outros índices econômicos, como o INCC e o IVAR.

A forte variação acumulada em cidades como Belo Horizonte, Salvador e Curitiba demonstra que, apesar da desaceleração observada no final do ano, o mercado imobiliário continua apresentando sinais de aquecimento em áreas específicas, impulsionado por fatores locais e conjunturais. Além disso, a interação entre o IGMI-R e o INCC sugere que o custo da construção permanece como um fator determinante para os movimentos de preços no setor, mesmo com a defasagem típica entre as variações dos índices.

Por fim, ao lado de outros indicadores, como o IPCA e o IVAR, o IGMI-R oferece uma visão abrangente das dinâmicas do mercado, destacando os desafios e as oportunidades no segmento imobiliário brasileiro. A desaceleração recente pode indicar um ajuste saudável após anos de crescimento expressivo, reforçando a importância do monitoramento contínuo desse índice para uma análise estratégica do setor.

IGMI-R NOVEMBRO 2024


Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 0,82% em novembro, desacelerando em relação à alta de 1,32% observada em outubro. Mesmo com esse resultado, a taxa interanual continuou acelerando, passando de 13,05% em outubro para 13,77% em novembro.

     Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

 

Em novembro, o IGMI-R registrou aceleração em seis das dez cidades analisadas. Em três das quatro regiões analisadas do país, pelo menos uma cidade apresentou aumento no índice em comparação a outubro. Apenas no Nordeste, as três cidades representadas tiveram resultados inferiores aos do mês anterior. No Sudeste, o destaque foi Belo Horizonte, onde a variação saltou de -1,45% para 1,54%. No Sul, Curitiba registrou o maior avanço, com a taxa de variação subindo de 0,26% para 1,42%. No Centro-Oeste, Goiânia apresentou a maior aceleração, passando de -1,31% para 1,27%.

A variação acumulada do IGMI-R nos primeiros onze meses de 2024 alcançou 12,47%, a segunda maior para esse período desde 2021, evidenciando o aquecimento do mercado imobiliário ao longo do ano. Esse movimento de alta foi verificado também em diversas cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, o que aponta para uma aceleração generalizada em várias localidades do território nacional. Entre os destaques, estão Belo Horizonte, com uma alta acumulada de 24,80%, Curitiba com 18,22% e Salvador com 20,49%.

A interação entre o IGMI-R e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é um ponto relevante, sugerindo que o INCC pode atuar como um indicador antecedente para os movimentos do IGMI-R, ainda que com defasagens temporais. No período entre 2020 e 2021, o INCC apresentou forte alta devido ao aumento dos custos de insumos e mão de obra no setor, pressionando os preços dos imóveis e contribuindo para a elevação do IGMI-R entre 2021 e 2022. Posteriormente, a desaceleração do INCC em 2022 e 2023 não resultou imediatamente em uma retração do IGMI-R, que manteve um crescimento moderado, refletindo a inércia dos preços residenciais e outros fatores como condições de financiamento e demanda. A recente retomada do INCC em 2024 sugere que novas pressões sobre os preços dos imóveis podem surgir, consolidando o papel do índice como um possível antecipador de tendências no mercado imobiliário.

O cenário atual reforça resiliência do setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR), estão desacelerando, a variação interanual média passou de 9,32% para 8,75%, em comparação ao Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 13,77% no mesmo período.

 

Esses números contrastam significativamente com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, embora tenha registrado uma leve aceleração, ainda se mantém distante dos índices do mercado imobiliário, com uma taxa interanual de 4,87% até novembro de 2024.

 

Outro indicador do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 5,98% em outubro para 6,33% em novembro. Já para o Índice de Variação dos Aluguéis Residenciais (IVAR) a taxa interanual passou de 9,32% para 8,75%. Esses dados indicam que o setor de construção continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

 

O crescimento real observado no mercado imobiliário, mesmo em um contexto de inflação dentro da faixa de tolerância da meta, reforça o bom desempenho do setor. Esse cenário destaca não apenas a resiliência, mas também a capacidade de adaptação e o dinamismo do mercado imobiliário, que continua a se consolidar como um pilar essencial da economia, capaz de prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R OUTUBRO 2024

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apresentou valorização de 1,32% em outubro, superando a alta de 1,01% registrada no mês anterior. Esse desempenho reforça o ritmo de aceleração observado na taxa interanual, que avançou de 12,42% em agosto para 13,05% em setembro, sinalizando um mercado imobiliário residencial em trajetória de forte expansão. 

 Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em outubro, o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou aceleração em cinco das dez cidades monitoradas. Destaque para as regiões Sudeste e Nordeste, onde se observaram os maiores avanços: São Paulo, com alta passando de 0,88% para 1,50%; Fortaleza, de 1,79% para expressivos 4,87%; e Salvador, que saltou de 1,16% para 7,19%. No entanto, o desempenho geral do índice foi contido pelos recuos significativos em Belo Horizonte (de 1,77% para -1,45%) e Goiânia (de 0,29% para -1,31%), que moderaram o impacto das acelerações positivas.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) nos últimos dez meses (janeiro a outubro) desde 2016

 

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) acumulou alta de 11,55% nos primeiros dez meses de 2024, refletindo o dinamismo e o aquecimento do mercado imobiliário ao longo do ano. Esse movimento foi observado em diversas cidades contempladas pelo índice, abrangendo as principais regiões do país, evidenciando uma aceleração generalizada no setor. Entre os destaques, Belo Horizonte registrou uma expressiva alta acumulada de 22,91%, seguida por Salvador, com 18,63%, e Curitiba, com 16,56%, consolidando-se como polos de forte valorização no período.

Outro termômetro do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma aceleração em sua taxa interanual, passando de 5,48% em setembro para 5,98% em outubro, sinalizando o contínuo aquecimento no setor de construção. Em contrapartida, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) registrou desaceleração em sua taxa interanual, que recuou de 12,29% para 9,32% no mesmo período. Esses dados refletem dinâmicas distintas no mercado, com os custos de construção pressionados, enquanto os aluguéis apresentam arrefecimento, como ilustrado no gráfico a seguir.

 

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual confirma o momento favorável para o setor imobiliário. Enquanto os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), registraram desaceleração em outubro, o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apresentou uma trajetória oposta, avançando de 12,42% para 13,05% no mesmo período. Esse movimento reforça a valorização dos imóveis residenciais, destacando o dinamismo e o aquecimento do mercado.

 

IVAR x IGMI-R 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses