Apesar da variação do IGMI-R/ABECIP em agosto (0,70%) ter superado levemente a do mês anterior (0,63%), a trajetória das variações acumuladas do indicador continuou desacelerando pelo sétimo mês consecutivo, passando de 11,49% em julho para 10,81% em agosto.
Essa desaceleração nas variações acumuladas em doze meses foi registrada em todas as dez capitais analisadas, a despeito de São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife apresentarem variações superiores às do mês anterior, na perspectiva das respectivas variações mensais.
Ao contrário do observado desde o início de 2023, a desaceleração da variação acumulada em 12 meses nos preços dos imóveis residenciais no Brasil não foi acompanhada em julho e agosto por um comportamento equivalente no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), como pode ser visto no gráfico abaixo.
Na medida em que as expectativas de mercado em relação ao IPCA até o final de 2023 apontem para valores próximos ou um pouco acima da variação acumulada em 12 meses registrada em agosto, a tendência de desaceleração do IGMI-R/ABECIP, se confirmada nos próximos meses, implica uma redução nas variações acumuladas em termos reais dos imóveis residenciais até o final desse ano.
Mesmo que essa redução se concretize, a maior probabilidade é que ela não seja substancial. O sentimento dos empresários do setor de construção civil residencial captado pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV fornece uma visão favorável sobre o comportamento do mercado nos próximos meses. O quesito Demanda Prevista para os próximos meses mantém a trajetória de elevação desde o início do ano, ainda que com oscilações, a exemplo da queda na variação mensal da última leitura, como mostrado no gráfico abaixo.
Por sua vez, a resiliência do nível de atividades e do mercado de trabalho, juntamente com o início do ciclo de queda nas taxas de juros impactam positivamente o quesito Tendência Geral dos Negócios para os próximos 3 meses.