Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)
O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou variações positivas de 1,15% em dezembro e de 1,17% em janeiro, demonstrando um viés de estabilidade. Com o resultado, a variação acumulada nos últimos 12 meses passou de 7,97% em dezembro para 8,30% em janeiro.
IGMI-R x IPCA
Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses
O gráfico acima reflete os resultados reais acumulados em 12 meses, apontando para uma evolução do IGMI-R/ABECIP e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE) até janeiro de 2024.
Os dados permitem identificar três fases distintas no comportamento recente dos indicadores analisados. Entre o início de 2021 e meados de 2022, tanto o IGMI-R/ABECIP como o IPCA exibiram tendência simultânea de aumento, mais acentuado no caso do IGMI-R/ABECIP. Esse período foi caracterizado por um crescimento sincronizado, destacando-se uma fase de elevação conjunta nos preços do mercado imobiliário e no IPCA.
Nota-se que a partir do segundo semestre de 2022, houve uma mudança de direção, com ambos os indicadores iniciando um processo de desaceleração quase simultâneo, indicando um ajuste no ritmo de crescimento tanto do setor imobiliário quanto da inflação geral.
No cenário atual, iniciado em meados de 2023o IPCA apresenta uma variação anual em torno de 4,5%, enquanto o IGMI-R/ABECIP variações anuais mais elevadas. Ou seja, começa a haver um descolamento nas trajetórias dos dois indicadores: o IGMI-R/ABECIP retoma a trajetória de crescimento real, quando comparado ao IPCA. A mudança de tendência observada no início de 2024 sugere um viés de recuperação no mercado imobiliário.
Em janeiro, sete das dez capitais analisadas - São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre e Brasília - registraram variações mensais superiores às observadas em dezembro. Goiânia apresentou a maior alta, com 2,42%, enquanto o Rio de Janeiro teve a menor variação de 0,13%. Recife destacou-se pela maior aceleração, saindo de -0,15% para 1,65%. Em contraste, Porto Alegre registrou a maior desaceleração, com a variação do índice de -0,81% para 0,37%.
No que se refere às taxas interanuais, Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre divergiram da tendência nacional, apresentando reduções nas suas variações anuais para 7,96%, 5,90% e 5,03%, respectivamente.
A região Sudeste, que inclui São Paulo, Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (BH), mostrou um aumento nas taxas mensais e interanuais em São Paulo e Belo Horizonte. Em contraste, o Rio de Janeiro apresentou desaceleração tanto nas taxas mensais quanto interanuais.
Na região Nordeste, representada por Recife, Salvador e Fortaleza, houve uma aceleração nas taxas mensais de Recife e Fortaleza, embora Fortaleza tenha experimentado um pequeno recuo na taxa interanual.
No Sul, em Curitiba e Porto Alegre houve aceleração na taxa mensal, mas Curitiba também mostrou avanço na taxa interanual.
Por fim, na região Centro-Oeste, apenas a taxa mensal de Brasília mostrou aceleração, mas as taxas interanuais aumentaram tanto em Brasília como em Goiânia.
IGMI-R
Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses
Conforme apontado na Sondagem da Construção Civil realizada pelo IBRE-FGV, as perspectivas para o setor permanecem marcadas por incertezas relacionadas ao desempenho geral da economia brasileira nos próximos meses. Apesar dessas incertezas, o indicador de demanda prevista para os próximos três meses conseguiu sustentar a tendência de crescimento notada desde o começo do ano, conforme ilustrado no gráfico abaixo.
Sondagem da Construção Civil FGV IBRE
Setor de Edificações Residenciais
* No 1º tri/24 apenas está sendo contabilizado o mês de jan/24.
Fonte: FGV IBRE
Além disso, o mesmo gráfico revela que o indicador 'Tendência dos Negócios' – que mede a percepção da situação geral dos negócios para as empresas nos próximos seis meses – registrou uma melhoria significativa no último levantamento. Esta perspectiva otimista, conjugada com o início de um ciclo de redução nas taxas de juros e com a melhora observada no mercado de trabalho, pode sinalizar um aumento nas oportunidades de negócios para o segmento da construção civil.
Neste contexto, espera-se que a tendência de desaceleração dos preços dos imóveis residenciais nos próximos meses, se ocorrer, deverá ser mais gradual, pois persiste o aumento na demanda por imóveis. O crescimento será sustentado pela expectativa de prosseguimento nos cortes da taxa básica de juros, o que gradualmente renova o interesse dos consumidores na aquisição de imóveis.