Mesmo com a disparada no número de pessoas que moram de aluguel, o Grupo QuintoAndar seguirá apostando na sua frente de compra e venda de imóveis. Foi o que compartilharam os executivos da empresa em um evento exclusivo com a imprensa na última quarta-feira (03).
Apesar dos juros elevados e do acesso ao crédito mais restrito, a aposta do QuintoAndar tem dado frutos: outubro foi o melhor mês da história da empresa que anotou, além do recorde de contratos de aluguel (16 mil no mês), o um recorde de 2,6 mil transações de compra e venda.
O dado vai na contramão da realidade do setor, que sofre com os juros altos. Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em outubro caíram 17,7% em relação a 2024, para R$ 14,8 bilhões. O volume financiado nos primeiros 10 meses de 2025 foi de R$ 127,8 bilhões, 17,1% menor do que o montante verificado no mesmo período do ano passado.
Outro dado que suporta a tese da frente de compra e venda do QuintoAndar é o crescimento do mensal de 30% em adesões do seu consórcio, anunciado em agosto – em linha com o boom que vivem os consórcios em 2025, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), que informou crescimento anualizado de 28% no número de participantes ativos em consórcios para imóveis em outubro de 2025, para 2,6 milhões.
“Não há uma lógica conflitante. Tem a frente de locação, a frente de compra e venda e a frente de marketplace, onde nos conectamos com outras imobiliárias. A gente dá mais liquidez para esses mercados”, afirma Thiago Bernardes, head de vendas do QuintoAndar.
A realidade se impõe – apesar dos desejos
A pesquisa “Retratos do morar”, encomendada pelo Grupo QuintoAndar à Ipsos-Ipec, mostrou que 4 em cada 10 brasileiros pretendem comprar um imóvel, sobretudo os representantes da geração Z. Ainda assim, esse é um sonho para o longo prazo: 60% deste grupo afirmou que só realizaria este desejo daqui pelo menos um ano.
Apesar do sonho da casa própria se manter vivo, a realidade da moradia dos brasileiros tem se transformado. O número de brasileiros vivendo de aluguel disparou 45,4% nos últimos 8 anos, segundo revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE.
Embora a maioria ainda viva em casa própria, essa porcentagem também vem caindo na mesma proporção. Segundo dados da PNAD, em 2016, 73,0% da população viviam em domicílios próprios (sejam eles comprados e quitados ou em financiamento) contra 67,6% em 2024, uma queda de 5,2 pontos porcentuais. Em compensação, o número de pessoas pagando aluguel passou de 18,4% para 23% no mesmo período.
Eram 12,3 milhões de domicílios alugados em 2016; no ano passado já eram 17,8 milhões, um aumento de 45,4%.
