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11/11/2016

Lucro do BB encolhe 26,6% no 3º tri

Em termos ajustados, o lucro foi de R$ 2,337 bilhões, retração de 18,9% sobre um ano antes.

- O Banco do Brasil (BB) viu seu lucro cair fortemente no terceiro trimestre deste ano, refletindo queda do crédito e aumento das provisões para perdas, o que levou a instituição a piorar projeções de desempenho para 2016.

O lucro líquido do banco público de julho a setembro somou R$ 2,246 bilhões, queda de 26,6% ante igual período de 2015. Em termos ajustados, o lucro foi de R$ 2,337 bilhões, retração de 18,9% sobre um ano antes.

Como efeito da recessão no País, a carteira de crédito ampliada do BB no fim de setembro caiu 6,9% sobre 12 meses antes, para R$ 734 bilhões, recuo liderado pelas operações com empresas.

Apesar disso, a margem financeira bruta, que reflete os resultados com concessão de empréstimos e o desempenho da tesouraria, subiu 13,9% no comparativo anual, sobretudo pelo fato de o BB ter praticado taxas de juros mais altas. O banco também conseguiu maiores receitas com recuperação de créditos.

O perfil da carteira piorou de novo, com o índice de inadimplência acima de 90 dias subindo a 3,51%, ante 2,06% um ano antes. Foi o sexto trimestre consecutivo de aumento sequencial do índice.

Com isso, a despesa com provisão para perdas com calotes somou R$ 6,64 bilhões no período, aumento de 13,9% ano a ano, embora tenha caído quase 20% sobre o trimestre anterior, quando o BB fez uma provisão extra para perda com uma grande empresa.

O banco ainda conseguiu aumentar em 5,8% as receitas com tarifas, para R$ 6,02 bilhões. E as despesas administrativas cresceram 7,3% em 12 meses, abaixo da inflação do período, R$ 8,42 bilhões.

Com isso, o BB piorou as previsões para algumas de suas principais métricas de desempenho para o ano. A projeção para rentabilidade, por exemplo, passou de 9% a 12% para 8% a 10%.

A estimativa de crescimento para a carteira de crédito no País foi do intervalo de queda de 2% a alta de 1% para a faixa de queda de 9% a 6%. Mas a previsão para aumento de despesas administrativas passou do intervalo de 5% a 8% para a de 4% a 6%.

Juros - Na divulgação do balanço, o diretor financeiro e de relações com investidores do BB, Maurício Coelho, afirmou que início do ciclo de corte da taxa básica de juros, a Selic no mês passado não é suficiente para levar o banco a reduzir taxas de juros para os tomadores de crédito. "Além da queda da Selic, é preciso uma melhora da percepção de risco", disse Coelho. Em outubro, o Banco Central cortou a Selic de 14,25 para 14% ao ano, primeira redução em quatro anos. 

FONTE: DCI