Uma das consequências da crise econômica que o Brasil enfrenta é o desaquecimento imobiliário. Em grande parte, esta queda de negócios no nicho veio da redução de crédito combinada com o aumento da taxa de juros. Segundo o advogado Bruno Camarini Jr., especialista imobiliário do Sevilha, Arruda Advogados, isso acabou se tornando uma ‘bola de neve’, pois o crédito diminui, os juros aumentaram e poucas pessoas conseguem a liberação do crédito (e mesmo algumas que conseguem a aprovação não têm como pagar, o que, ou as impossibilita de prosseguir com o financiamento, ou esta pessoa se tornará possivelmente inadimplente a curto/médio prazo). “A consequência disso é que a demanda por imóveis acaba diminuindo significantemente. Na prática, a maior dificuldade na aprovação de crédito e juros altos é porque a instituição financeira visa mitigar o risco de “tomar calote” e este desaquecimento do setor imobiliário tem consequências diversas, que variam, dependendo do ponto de vista”, explica.
Para o advogado, as construtoras, consumidores e investidores de curto e médio prazo sofrem muito com o atual panorama. Camarini esclarece que o momento é bom apenas para os investidores de longo prazo, pois se tratam de pessoas que têm recursos próprios para a compra do imóvel, de modo que acabam pagando muito mais barato e não têm urgência no retorno. Para ele, a queda do mercado imobiliário gera insegurança econômica que, por sua vez, gera insegurança jurídica.