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09/11/2016

BTG faz mudanças no comando e no conselho

O sócio James Oliveira deixa o BTG no fim deste ano e será substituído por José Zitelmann, que hoje comanda a área de asset management do BTG Pactual na América Latina.

Após enfrentar uma das maiores crises de sua história – em razão da prisão, por 24 dias, de André Esteves, seu ex-presidente e principal acionista individual, no fim de 2015 –, o BTG Pactual anunciou ontem mudanças em sua estrutura de comando e também no conselho de administração. O executivo Roberto Sallouti passará a ser o único presidente executivo do banco, enquanto Marcelo Kalim (até agora copresidente) assumirá a presidência do conselho de administração, no lugar de Persio Arida. Parte das decisões foi antecipada pelo ‘Estado’ na última segunda-feira. 

Apesar das mudanças, Arida, que teve papel fundamental na tentativa de acalmar os clientes da instituição nos dias posteriores à prisão de Esteves, tendo assumido interinamente a presidência do banco, continuará no grupo de acionistas controladores do BTG. Arida também seguirá como membro do conselho, mas deixará de exercer funções executivas. 

O BTG anunciou ontem ainda que o sócio Guillermo Ortiz, que está no banco desde janeiro e atualmente cuida do desenvolvimento de negócios da instituição na América Latina, também passará a ocupar uma cadeira no conselho de administração da instituição. 

Houve também uma mudança na composição do grupo de controladores, os “top seven partners”. O sócio James Oliveira deixa o BTG no fim deste ano e será substituído por José Zitelmann, que hoje comanda a área de asset management do BTG Pactual na América Latina. 

Assim, os sete sócios controladores do banco passarão a ser: Persio Arida, Marcelo Kalim, Guilherme Paes, Antonio Porto, Roberto Sallouti, Renato Santos e José Zitelmann. 

Operação mais enxuta - Com o impacto da prisão de Esteves, o BTG teve de passar por um profundo processo de enxugamento, tendo vendido bilhões de reais em ativos, como a participação no banco suíço BSI e a fatia da rede de hospitais D’Or. 

Diante dessa redução, o BTG Pactual viu seu lucro líquido cair 56% no terceiro trimestre do ano, para R$ 661 milhões. Na comparação com o segundo trimestre, a queda foi de 30%. Nos nove primeiros meses de 2016, o lucro da instituição financeira ficou em R$ 2,672 bilhões, um recuo de 21% em relação ao mesmo período do ano passado.

A receita chegou a R$ 1,526 bilhão no intervalo de julho a setembro, recuo de 40,4% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a setembro, as receitas avançaram 17,7% na relação anual. Os ativos totais também refletiram a redução do tamanho do banco neste ano. 

Os ativos somaram R$ 128,6 bilhões no terceiro trimestre, queda de 57,5% na relação anual. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve uma retração de 40%. 

As receitas do BTG Pactual com o negócio de banco de investimento, no entanto, tiveram crescimento de 67% no terceiro trimestre deste ano, atingindo a marca de R$ 110 milhões. Em relação ao segundo trimestre de 2016, a cifra representa um aumento foi de 38%. 

“O terceiro trimestre do ano marca a conclusão da estratégia de reposicionamento do BTG Pactual. Estamos preparados para continuar a desempenhar nosso papel de banco de investimentos líder na América Latina”, disse ontem, em nota, Persio Arida.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO