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10/10/2018

VC assume fábrica da Cemex

As instalações em Laranjeiras, inclusive, receberão investimentos adicionais para atender a demanda da unidade de Manaus, disse Dissinger ao Valor

A VC, líder no mercado brasileiro de cimento e outros materiais de construção, acaba de chegar a um mercado aonde não tinha presença - o do Estado do Amazonas. E por tabela, também ao de Roraima. A empresa vai disputar vendas anuais estimadas em 1 milhão de toneladas. Com a aprovação do Cade, órgão antitruste do nacional, a empresa adquiriu as instalações de beneficiamento e portuárias da mexicana Cemex na cidade de Manaus. Recebeu também o sinal verde da Antaq, agência reguladora de transportes aquaviários.

O valor aplicado no negócio, informou Walter Dissinger, presidente da VC, será de R$ 120 milhões - inclui a aquisição e investimentos novos nas instalações. A cimenteira ficará capacitada a comercializar 300 mil toneladas ao ano, competindo com outros fabricantes locais e também com material importado.

A operação vai consistir em receber cimento pré-preparado de outras unidades fabris da VC e prepará-lo para o mercado amazonense e roraimense. O material chegará via cabotagem e grande parte dele será oriundo da fábrica de Laranjeiras, em Sergipe, que tem instalações portuárias apropriadas. A unidade será também abastecida pela fábrica de cimento de Xambioá, que foi inaugurada em 2009 e fica no Estado de Tocantins, às margens do rio Araguaia.

As instalações em Laranjeiras, inclusive, receberão investimentos adicionais para atender a demanda da unidade de Manaus, disse Dissinger ao Valor.

A VC assumiu as instalações que eram da Cemex em 1º de outubro, após conclusão de todo o trâmite da aquisição - cujo valor não foi revelado - e de liberação das autoridades regulatórias.

A Cemex operava em Manaus por meio da Cimento Vencemos do Amazonas, controlada pela Cemex Latam Holding, responsável por negócios na América Latina. Importava o cimento da Venezuela e Ásia, a granel, fazia o "rebrand" - reembalava em sacos com a marca Cemex - e comercializava o produto. Com a venda, deixa de atuar no Brasil

"A VC vai substituir a importação de cimento nesse mercado", disse Dissinger. E isso foi avaliado e entendido no Cade. O órgão destacou em despacho que "a operação mais se assemelha a uma substituição de agentes econômicos".

FONTE: VALOR ECONôMICO