O deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), presidente da Frente Brasil Competitivo, expressou preocupação com o impacto que o aumento de impostos sobre as Letras de Crédito Agrícola (LCA) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) pode ter no setor produtivo brasileiro.
Em entrevista ao CNN Prime Time, Lopes argumentou que o problema do governo não é a falta de arrecadação, mas sim o excesso de gastos. Ele destacou que a arrecadação do governo em maio deste ano foi 7,7% superior à inflação do período, chegando a R$ 230 bilhões.
O parlamentar criticou a Medida Provisória (MP) 1303, que visa estender a tributação sobre aplicações financeiras e meios virtuais. Segundo Lopes, essa medida resultará em um acréscimo de arrecadação de apenas R$ 10 bilhões, o que ele considera "absolutamente insuficiente para a organização das contas nacionais".
Lopes enfatizou que o que foi proposto pelo governo não dará equilíbrio às contas públicas, nem terá a capacidade de realizar o ajuste fiscal necessário para o país. Ele citou um alerta do Banco Mundial, que indica a necessidade de um corte da ordem de 3% do PIB brasileiro.
O deputado defendeu a desindexação das grandes contas de despesa no Brasil, como a Previdência, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família, que atualmente estão vinculadas ao salário mínimo. Ele argumentou que o crescimento vegetativo dessas despesas está "explodindo as contas nacionais".
Lopes mencionou a PEC do Equilíbrio Fiscal, elaborada pela consultoria da Câmara, como uma possível solução para o problema. Segundo ele, é necessário desvincular as contas públicas e fazer um corte significativo para dar o equilíbrio mínimo necessário e diminuir o crescimento da dívida brasileira.