Uma neblina de incertezas tem pairado nos mercados globais em meio à uma crescente possibilidade de uma recessão nos EUA, afetando diretamente o cenário doméstico. O sinal de alerta está aceso desde o anúncio das tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na semana passada, que se intensificou à medida que os países envolvidos foram respondendo às imposições comerciais, em tom de retaliação.
No início desta semana a tensão foi reforçada pela análise dos especialistas do Goldman Sachs, que elevou em 45% as chances de recessão nos EUA.
No Brasil, o cenário preocupa, especialmente para setores ligados ao mercado imobiliário. Especialistas alertam para os reflexos dessa desaceleração no comportamento do crédito e do consumo local, com impactos diretos para o setor imobiliário.
Dados divulgados pelo Banco Central revelam que o saldo das operações de crédito no Brasil totalizou R$ 6,5 trilhões em fevereiro, com uma expansão de 0,4% em comparação ao mês anterior. Um cenário favorável para o mercado imobiliário é que esta alta permança estável nos próximos meses.
O dado, presente no relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito, revela uma alta impulsionada pelo aumento de 0,5% no crédito direcionado às empresas e de 0,4% nas operações voltadas às famílias, com saldos de R$ 2,5 trilhões e R$ 4 trilhões, respectivamente.
Consórcio como alternativa
O impacto da guerra comercial e a política de tarifas impostas por Donald Trump estão afetando as principais economias globais, e o Brasil está entre os países que mais sentirão essas repercussões.
De acordo com Pedro Ros, CEO da Referência Capital, “a estabilidade da Selic, mesmo que elevada, favorece alternativas como o consórcio imobiliário, que vem se consolidando como uma opção mais acessível diante do custo do crédito mais caro”.
O profissional destaca que a dificuldade no financiamento tradicional, impulsionada pela manutenção da taxa de juros, cria um cenário onde soluções alternativas começam a ganhar mais espaço no mercado brasileiro.