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25/02/2019

Prévias de incorporadoras mostram reação no 4º tri

Na avaliação de analistas, os destaques desta temporada serão, na baixa renda, Tenda e Direcional Engenharia, e nas rendas média e alta, Cyrela e EZTec

A maioria das incorporadoras de capital aberto - com atuação tanto no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida quanto no segmento de médio e alto padrão - deve apresentar melhora nos resultados do quarto trimestre de 2018 na comparação anual, conforme a expectativa do mercado. Na avaliação de analistas, os destaques desta temporada serão, na baixa renda, Tenda e Direcional Engenharia, e nas rendas média e alta, Cyrela e EZTec.

Na quinta-feira, a MRV Engenharia - maior empresa do setor - abre a temporada de balanços. Embora se espere que os resultados da companhia continuem entre os melhores do setor, a média das projeções de Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, J.P. Morgan e Morgan Stanley para o lucro líquido indica queda de 3,7%, no trimestre, para R$ 173,3 milhões. Já a receita líquida média estimada, de R$ 1,42 bilhão, é 3,9% maior do que a de outubro a dezembro de 2017.

Em relatório, o Bradesco BBI e o BTG Pactual dizem esperar leve queda de da margem bruta da MRV devido à representatividade levemente maior da faixa 1,5 do programa habitacional no mix de projetos. A MRV é a top pick do BTG no segmento de baixa renda. O J.P. Morgan cita que lançamentos e vendas da empresa ficaram um pouco abaixo do esperado.

Para a Tenda, a média das projeções do Bradesco BBI, do J.P. Morgan e do Itaú BBA indica alta de 39,8% no lucro líquido, para R$ 50,3 milhões e aumento de 30,8% da receita líquida, para R$ 467 milhões. Na avaliação do J.P., os resultados da Tenda devem ter se mantido fortes, apesar das restrições nos desembolsos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O Bradesco BBI avalia que o fluxo de caixa livre da Tenda deva ser expressivo, ainda que menor do que o do terceiro trimestre. Direcional e Tenda são incorporadoras com as melhores recomendações para o Bradesco BBI.

Para a mineira Direcional, o mercado espera retomada da lucratividade, em decorrência do aumento da participação de unidades do programa habitacional em seu mix. A média das estimativas do Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA e J.P. Morgan para o lucro líquido do quarto trimestre é de R$ 16 milhões, ante a perda de R$ 62 milhões no mesmo período de 2017. É esperada receita líquida média de R$ 351,3 milhões, mais do que o dobro dos R$ 170 milhões de um ano antes. O BTG projeta fluxo de caixa livre de R$ 20 milhões para a Direcional.

Conforme o Itaú BBA, os principais destaques do trimestre devem ser Cyrela, EZTec e Direcional.

A média das estimativas do Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, J.P. Morgan e Morgan Stanley apontam lucro líquido de R$ 86,5 milhões para a Cyrela. Isso representa aumento de 76,5% na comparação anual. Para a receita líquida está previsto alta de 17,4%, para R$ 950,4 milhões. O BTG Pactual estima aumento da margem bruta da Cyrela de 32,2% para 34,6% e geração de caixa de R$ 80 milhões.

EZTec tem lucro líquido médio projetado por Bradesco BBI, BTG Pactual, J.P. Morgan e Itaú BBA de R$ 41,3 milhões, maior 65%. A média das estimativas para a receita líquida é de R$ 147,3 milhões, o que indica alta de 71,2%. O Itaú BBA e o J.P. esperam melhora expressiva da receita e das margens da companhia no trimestre. O Bradesco BBI avalia que a redução dos distratos deve ter contribuído para sólida geração de caixa pela EZTec.

Há expectativa também de melhora do resultado líquido da Even Construtora e Incorporadora por parte Bradesco BBI, BTG Pactual, J.P. Morgan e Itaú BBA. As projeções vão de prejuízo de R$ 75,8 milhões a lucro de R$ 3 milhões. Para a receita, a média das estimativas é de R$ 378,2 milhões, com queda de 6,3%. O Itaú BBA tem expectativa que o desempenho da Even seja afetado, negativamente, por contingências relacionadas à impairments (baixas contábeis) de terrenos e despesas gerais e administrativas mais elevadas. O J.P. avalia que os lançamentos recentes da Even devem ter maior contribuição para a receita a partir deste trimestre.

No caso da Gafisa, o prejuízo líquido médio estimado por Bradesco BBI, BTG Pactual e Itaú BBA é de R$ 123,2 milhões, valor 73% menor do que a perda de R$ 462,6 milhões do quarto trimestre de 2017. A média das projeções indica alta de 9,8% da receita líquida, para R$ 180,8 milhões. O BTG estima que a Gafisa consumiu caixa de R$ 10 milhões no quarto trimestre. O Itaú BBA diz esperar que despesas não recorrentes relacionadas a provisões e baixas contábeis pesem nos resultados da Gafisa.

FONTE: VALOR ECONôMICO