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19/01/2021

Preço de novos contratos de aluguel residencial fica 1,95% abaixo da inflação em 2020

Os preços também ficaram bem abaixo do IGP-M, que é o índice de inflação usado para corrigir o valor da maioria dos antigos contratos de locação

Os preços da locação de imóveis residenciais tiveram alta nominal de 2,48% em 2020, sem considerar as variações de inflação, aponta o Índice FipeZap, que monitora anúncios feitos pela internet em 25 cidades brasileiras. Em dezembro, houve avanço de 0,43% frente nos preços do aluguel residencial ante os 1,35% do IPCA do mês.

Apesar da alta nominal no ano, o avanço ficou muito atrás dos indicadores que medem inflação no Brasil. Se comparado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 4,52% em 2020, houve uma queda real de 1,95% nos preços dos novos contratos. Isso sem contar com as possíveis descontos entre locatário e proprietário antes de fechar negócio.

Se comparado à inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a queda real foi ainda mais acentuada. O IGP-M, sensível às variações do dólar que disparou em 2020, subiu 23,17% em 2020. O índice, ao menos no papel, costuma ser usado como base para o reajuste da maioria dos contratos de aluguel.

 

Por isso, embora o preço de novos contratos tenham subido somente 2,48% este ano, algumas pessoas que tinham contratos antigos tiveram de pagar até 23% a mais de reajuste.

De acordo com o índice FipeZap, para cada R$ 100 investidos em um imóvel, o retorno médio do aluguel foi de R$ 4,70 ao ano. O cálculo anualizado de 4,70% de retorno é feito com base nos resultados do mês de dezembro.

Ainda assim, a rentabilidade ficou acima daquela vista em investimentos mais conservadores do mercado financeiro, como aplicações que remuneram 100% do CDI e têm um retorno de 1,9% ao ano. Mas é importante destacar que o mercado de imóvel e aluguel é bem mais arriscado do que emprestar dinheiro ao Tesouro Nacional e pode demandar mais dinheiro e conhecimento do investidor que investimentos simples de renda fica.

Entre as 11 capitais monitoradas pelo índice FipeZap, São Paulo se destaca como a que possui o metro quadrado mais caro. Em contrapartida, Fortaleza, possui o aluguel mais em conta.

Somente Curitiba, no Paraná, teve queda nominal dos preços de locação. As demais capitais monitoradas tiveram aumento nos preços, ordenadas da maior à menor variação da seguinte forma: Goiânia (+8,87%), Belo Horizonte (+6,24%), Recife (+5,0%), Salvador (+4,96%), Brasília (+4,91%) Porto Alegre (+1,27%), São Paulo (+1,14%), Florianópolis (+0,82%), Rio de Janeiro (+0,70%) e Fortaleza (+0,26%).

 

Capitais com locação mais cara

 

 

      São Paulo -SP (R$ 40,06/m²)

      Brasília - DF (R$ 32,16/m²)

      Recife - PE (R$ 31,50/m²)

      Rio de Janeiro - RJ (R$ 30,74/m²)

 

 

Capitais com locação mais barata

 

 

      Fortaleza - CE (R$ 17,37/m²)

      Goiânia -GO (R$ 18,46/m²)

      Curitiba - PR (R$ 20,77/m²)

Belo Horizonte - MG (R$ 23,54/m²)

FONTE: VALOR ECONôMICO