Com a demanda recuada, os preços dos imóveis não têm como subir tanto. Em julho, o reajuste foi de 0,13% e ficou abaixo da inflação (0,58%) pelo oitavo mês consecutivo, segundo a pesquisa FipeZap. Um movimento inédito na série histórica da pesquisa. De acordo com analistas do mercado imobiliário, a estabilidade dos preços não vai durar para sempre, o que faz do momento atual uma ótima hora para quem tem condições de fechar negócio.
“Esse é o momento do comprador. Os juros subiram, mas foi em um ritmo bem menor do que o da taxa básica Selic”, afirma o vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), Lucas Guerra Martins.
No entanto, ele avalia que a estabilidade não tem como se perpetuar em médio e longo prazo. “Os insumos da construção são influenciados pelo preço do dólar, que está alto. E o custo da mão de obra está ligado à inflação. Portanto, não tem possibilidade de os preços continuarem subindo abaixo da inflação por muito mais tempo”, explica. “Agora, trata-se de um ajuste de estoque, ressalta Martins.
O presidente da Lar Imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, afirma que a estabilidade deve continuar até o fim deste ano, mas os imóveis devem voltar a subir já no começo do ano que vem. “É uma época muito favorável para comprar, porque o cliente que está colocando o imóvel à venda já percebeu essa estabilidade, e quem vai comprar tem mais condições de negociar. Inclusive, como as taxas de CDI estão elevadas, o vendedor pode recuperar o desconto dado em uma boa aplicação”, avalia Rodrigues.
Segundo a pesquisa FipeZap, que mede o preço médio dos imóveis em 20 cidades, quase todos os municípios que compõem o indicador tiveram variações menores do que a inflação, sendo que Belo Horizonte apresentou queda nominal. Ainda assim, a capital mineira tem o sétimo metro quadrado mais caro, negociado a R$ 5.906. O maior custo do país é o do Rio de Janeiro, com R$ 10.631, seguido por São Paulo, R$ 8.602.
Demanda - Os dados de financiamento confirmam que a demanda está retraída. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip), os empréstimos para a compra e a construção de imóveis no país caíram 35,6% em junho, na comparação com o mesmo mês de 2014.
As operações chegaram a R$ 5,9 bilhões. O número corresponde ao volume mais baixo desde 2013. O resultado, porém, representa um aumento de 5,1% em relação a maio.
Crédito pela Caixa fica mais restrito - A Caixa não mais concederá novo financiamento à casa própria para clientes que já obtiveram crédito no banco para a mesma finalidade. A nova regra vai valer a partir do dia 17 deste mês nas linhas de financiamento com recursos da poupança para a compra de imóvel novo ou usado. Essas operações representam 2,4% da quantidade de financiamentos concedidos pelo banco.
A exceção será para os clientes que queiram um novo financiamento para comprar imóveis comerciais ou lotes urbanos para construção de moradia.