Alyne Bittencourt
O preço médio dos imóveis à venda no país registrou uma pequena queda nominal de 0,01% em agosto ante julho, segundo o Índice FipeZap, que considera os valores praticados em 20 cidades brasileiras. Apesar de pequena, esta é a primeira queda nominal desde o início da série histórica do índice, em 2008.
Entre os municípios, o Rio de Janeiro foi o que teve maior recuo na comparação mensal: -0,36%. Ainda assim, os preços no Rio acumulam alta de 0,11% no ano e de 1,45% em 12 meses.
E a cidade continua tendo o metro quadrado mais caro do Índice FipeZap. São, em média, R$ 10.593 por metro quadrado. O valor fica bem acima do segundo lugar do ranking, São Paulo, com R$ 8.607 e também distante dos R$ 7.613 da média nacional. Dos municípios incluídos no levantamento, é Contagem que tem o metro quadrado mais barato (R$ 3.575).
— Estamos passando por um momento de piora no setor imobiliário, é um processo de ajuste depois de anos de bons resultados para o setor — explica Raone Costa, economista do Fipe.
Segundo Costa, isso acontece porque a dinâmica do país mudou:
— Antes tínhamos desemprego em baixa, juros baixos, renda em alta, e a situação de crédito era favorável a compra de imóveis. Agora a situação é outra, com recessão, a captação da poupança, que financia imóveis, em queda, juros em alta. Tudo isso está pressionando o setor.
Das 20 cidades pesquisadas, outras cinco, além do Rio tiveram queda nominal dos preços de imóveis à venda: Belo Horizonte (-0,31%), Brasília (-0,21%), Curitiba (-0,19%), Niterói (0,07%) e Goiânia (-0,1%). Mas, na avaliação de Costa, este recuo é um “fato incomum”. Segundo o economista, provavelmente os próximos números indicarão variação positiva, mas dificilmente a alta será superior à inflação.