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05/12/2017

Planos econômicos: acordo entre bancos e poupadores deve valer só para quem entrou na Justiça

Segundo o G1 apurou, foi discutido no encontro que, quem tiver entrado com ação individual, terá um prazo para aderir às ações coletivas.

Após participarem de reunião na sede da Advocacia Geral da União (AGU) nesta segunda-feira (4), em Brasília, representantes dos bancos e dos poupadores chegaram ao consenso de que o acordo sobre os planos econômicos deverá valer somente para quem entrou com ação na Justiça.

O acordo permitirá a indenização pelas perdas com os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. Se assinado, deverá encerrar quase 1 milhão de processos que tramitam há anos na Justiça referentes aos planos Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2.

Segundo o G1 apurou, foi discutido no encontro que, quem tiver entrado com ação individual, terá um prazo para aderir às ações coletivas.

Os termos finais do acordo, contudo, ainda serão analisados pelos bancos e pelos representantes dos poupadores antes de ser assinado, possivelmente ainda nesta semana.

Na semana passada, quando anunciou o acordo, a ministra da AGU, Grace Mendonça, disse que alguns pontos da proposta ainda estavam em aberto.

Além da abrangência sobre quem terá direito a receber a indenização, a reunião desta segunda também fechou pontos como o desconto que será dado ao valor devido pelos bancos e o prazo para pagamento.

O caso mais complexo é o gerado pelo plano Collor. O pacote de 15 de março de 1990 determinou que as quantias superiores a 50 mil cruzados novos depositadas em contas de poupança fossem bloqueadas e remetidas ao Banco Central.

Depois de assinado, o acordo ainda precisa ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O pagamento só será feito após essa homologação.

O presidente Michel Temer estimou que o pagamento aos poupadores irá injetar cerca de R$ 12 bilhões na economia.

Andamento no STF - No STF, existem seis ações em andamento sobre o assunto cujas decisões terão efeito vinculante ou repercussão geral, isto é, deverão ser aplicadas em todos os casos. No total, mais de 722 mil ações estão paradas nas instâncias ordinárias à espera de uma decisão da Corte.

A expectativa é que o acordo negociado pela AGU com entidades do setor financeiro e representativas dos poupadores deverá ser encaminhado ao STF para resolução dessas ações antes do julgamento.

A primeira dessas ações foi protocolada em 2005 e a mais recente em 2010, e têm como relatores os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Nenhuma delas ainda teve o julgamento iniciado, com tomada dos votos dos ministros.

Por muito tempo, algumas ficaram paradas porque vários ministros se consideraram impedidos de participar, impossibilitando o quórum mínimo de 8 entre os 11 ministros para analisar a questão. Em março de 2016, Cármen Lúcia declarou-se apta depois que seu pai desistiu de uma ação relacionada ao assunto. Permanecem impedidos Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, por já terem julgado ou analisado em causas em outras instâncias.  

FONTE: G1