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07/07/2025

Nova faixa dá mais fôlego ao Minha Casa, Minha Vida - Estadão

O Ministério das Cidades prepara, para lançar nos próximos meses, projetos de locação social e melhoria habitacional

Por Juliana Portugal

O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) responde por metade dos lançamentos e das vendas de imóveis residenciais novos em todo o País. “Isso mostra a estabilidade do MCMV, mesmo com o aumento da taxa de juros (Selic), que afeta as linhas de crédito, em especial o habitacional”, afirmou o secretário nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Hailton Madureira de Almeida.

Entre os movimentos feitos pelo governo ao longo dos últimos dois anos para melhorar o cenário, o secretário destacou a longa discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o alongamento do prazo de financiamento e a redução da taxa de juros. “Hoje, o programa está estável com a expectativa de fazer 600 mil casas este ano e mais 600 mil em 2026”, afirmou.

Apesar de ações como essas, o Brasil ainda observa o déficit imobiliário, em torno de 6 milhões de domicílios. Para Almeida, uma das explicações é a baixa relação entre crédito imobiliário e Produto Interno Bruto (PIB), comparada a outros países. “No Chile, a relação é de 30%; na Alemanha e nos Estados Unidos, passa de 50%”, citou. “Aqui, tínhamos um patamar perto de 5%, e, este ano, chegamos a 10%. No entanto, temos de planejar ir a 20%, para assim, alcançarmos o volume de 5 milhões, 6 milhões de casas.”

Além do déficit habitacional, o Brasil vivencia a inade

“O brasileiro faz uma casa por etapas, de acordo com a disponibilidade do crédito que ele tem. Com isso, é comum observamos famílias vivendo em imóveis inadequados”

Hailton Madureira de Almeida

Secretário de Habitação do Ministério das Cidades

quação de casas. De acordo com Almeida, são 20 milhões nesse perfil. Pensando nesse público, o Ministério das Cidades prepara um programa destinado a oferecer crédito para melhorias habitacionais.

“O brasileiro faz uma casa por etapas, de acordo com a disponibilidade do crédito que ele tem”, disse. “Com isso, é comum observamos famílias vivendo em imóveis inadequados. O Censo mostrou que há 1,3 milhão de famílias vivendo sem um banheiro em casa.”

Almeida acrescentou que está em desenvolvimento um programa de locação social para atender o público da terceira idade, que conta com uma renda fixa, porém já não tem mais o foco de financiar um imóvel no prazo de 30 anos.

A expectativa é de que os novos programas sigam o mesmo caminho que as mais recentes novidades do MCMV. Segundo Almeida, entre eles, está o fato de o programa ter conseguido alcançar quem ganha até dois salários mínimos.

“A família que ganha até dois salários mínimos, em São Paulo, por exemplo, provavelmente está pagando aluguel. E, se ela está pagando aluguel, tem capacidade de pagar uma prestação. Se juntamos esforços com o financiamento da Caixa, o subsídio do MCMV, a parceria entre os governos locais, conseguimos ofertar o crédito que essa família consegue pagar e, assim, viabilizamos o imóvel”, exemplificou.

Prova dessa matemática é que, em 2024, foram feitos 200 mil financiamentos imobiliários nessa faixa. Este ano, esse grupo já representa 40% dos financiamentos.

“Em um país diverso como o Brasil, para que seja possível viabilizar a estrutura financeira para a compra do imóvel é fundamental que haja várias iniciativas”, disse o diretor executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal, Roberto Carlos Ceratto.

EXPANSÃO. Destaca-se a criação da faixa 4 do MCMV, com foco em atender o público de classe média que ganha de R$ 8 mil a R$ 12 mil por mês com financiamentos de até 420 meses para aquisição de moradias no valor de até R$ 500 mil, com taxas em torno de 10%.

Ceratto observou que o faixa 4 começou em maio, ainda está sendo adequado, mas já apresenta resultados expressivos. “Tivemos mais 560 mil simulações no site. Além disso, já temos 12 mil unidades que estão com o processo de financiamento em andamento.”

FONTE: ESTADãO