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05/03/2021

MRV mantém planos apesar de piora na pandemia

As vendas de imóveis seguem em linha com as projeções para os primeiros meses de 2021

A MRV&Co - que abrange a incorporadora MRV, a americana AHS, a empresa de locação Luggo e a loteadora Urba - mantém seus planos de curto e médio prazo mesmo com a expectativa de que o crescimento da economia brasileira não seja suficiente para reverter a queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e apesar do ritmo lento da vacinação contra a covid-19. Para este ano, há expectativa de elevar lançamentos e vendas da incorporadora. O grupo espera chegar ao Valor Geral de Vendas (VGV) anual de lançamentos de R$ 18 bilhões entre 2024 e 2026, o correspondente a 2,4 vezes os R$ 7,6 bilhões do ano passado.

“Teremos três ou quatro meses complicados. Mas, se as reformas forem aprovadas, no primeiro semestre, o ano poderá ser melhor do que o esperado”, afirma Rafael Menin, copresidente da MRV. Segundo ele, as vendas de imóveis da maior incorporadora brasileira seguem em linha com as projeções para os primeiros meses de 2021. “A habitação é uma indústria que saiu fortalecida da crise. O impacto do setor foi ressaltado”, diz.

Do VGV anual de R$ 18 bilhões previsto pelo grupo para entre 2024 e 2026 - 80 mil unidades -, imóveis enquadrados no programa habitacional Casa Verde e Amarela responderão por R$ 5,9 bilhões e por metade do volume. Os R$ 12,1 bilhões restantes serão distribuídos entre o segmento de média renda (R$ 4,3 bilhões), a Luggo (R$ 1 bilhão), a Urba (R$ 1,1 bilhão) e a AHS (R$ 5,7 bilhões).

            Por fontes de recursos, a estimativa da MRV&Co é que investidores de fundos imobiliários no Brasil e nos Estados Unidos fiquem com a fatia de 37,4%. “Locação poderá ser mais importante do que o programa habitacional”, diz Menin. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) financiará o correspondente a 32,8% do total, enquanto os recursos da poupança irão para os demais 29,8%.

No ano passado, a MRV&Co obteve o recorde de vendas brutas de R$ 8,7 bilhões. “Nossa participação de mercado cresceu em 2020. A MRV é mais protegida do que concorrentes por atuar em todo o mercado nacional”, diz Menin.

Em relação às fortes pressões de custos de materiais de construção que o setor vem sentindo desde o quarto trimestre, o copresidente afirma esperar melhora das condições de compra de insumos a partir deste mês. “Acredito que o pior já ficou para trás. A partir de março, a entrega de materiais volta ao normal”, diz. A companhia estima margem bruta estável, no primeiro semestre, e em recuperação lenta na segunda metade do ano.

No quarto trimestre, os prazos mais longos de recebimento dos insumos prejudicaram o ritmo de produção e as margens da MRV. “Tínhamos previsto recuperação da margem bruta no trimestre”, conta Menin. O indicador caiu de 29,6% para 28,4%. A receita líquida do grupo cresceu 19,9%, para R$ 1,7 bilhão. O lucro líquido cresceu 29,8%, para R$ 196 milhões.

FONTE: VALOR ECONôMICO