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06/12/2018

MRV amplia atuação com uso de recursos da poupança

A MRV Engenharia fechou parceria com o Santander para financiamento na planta com recursos da poupança de imóveis econômicos com valor de R$ 200 mil a R$ 350 mil

A MRV Engenharia fechou parceria com o Santander para financiamento na planta com recursos da poupança de imóveis econômicos com valor de R$ 200 mil a R$ 350 mil. A empresa está negociando com outros dois bancos privados para ampliar o programa já no início de 2019. O acordo com os bancos faz parte da estratégia da incorporadora mineira de ser uma plataforma habitacional de imóveis econômicos, com serviços, tecnologia e cogestão, segundo Rafael Menin, copresidente da MRV. "Estamos alargando nosso portfólio de atuação", diz Menin.

A companhia vai desenvolver empreendimentos econômicos com valor acima do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida em 30 cidades, principalmente capitais e municípios de tamanho médio do Sudeste. A intenção é que, em três anos, a MRV seja uma empresa de 60 mil unidades por ano - 50 mil imóveis enquadrados no programa e 10 mi financiados com recursos da poupança. Em Valor Geral de Vendas (VGV), os imóveis econômicos responderão por 25%.

Neste quarto trimestre, a MRV lançou dois empreendimentos financiados com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Um deles em Belo Horizonte, financiado pela Caixa Econômica Federal. O segundo, em Salvador, foi um empreendimento misto com unidades econômicas e outras enquadradas no Minha Casa, Minha Vida. Mais quatro projetos nessa modalidade estão previstos para o primeiro trimestre de 2019.

Na avaliação de Menin, o Minha Casa, Minha Vida terá continuidade na gestão do novo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), mas haverá alguma restrição à concessão de subsídios. "O arcabouço macro do programa não será alterado", diz o executivo. Incorporadoras com atuação na baixa renda como MRV e Tenda já divulgaram que possíveis ajustes no orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em 2019, podem afetar, principalmente, a faixa 1,5, mais dependente de subsídios.

Como parte da estratégia de ser uma plataforma habitacional, a MRV vai adotar, no primeiro trimestre de 2019, sistema de cogestão condominal para manutenção dos prédios e ampliação do relacionamento com os clientes depois da entrega. Já há piloto desse sistema em três empreendimentos. "Queremos assegurar que os empreendimentos sejam bem mantidos após a entrega das chaves. Imóveis com manutenção ruim perdem valor e se tornam uma garantia ruim para os bancos", diz o copresidente da MRV.

Outra iniciativa da companhia é a disponibilidade de seu sistema de fornecedores para síndicos de prédios desenvolvidos pela incorporadora, movimento que deve ser incrementado nos próximos nove meses. Menin cita o aumento das parcerias com empresas de segmentos como eletroeletrônicos e móveis no "market place" da MRV, e os projetos da incorporadora com energia solar. Esse conjunto de ações contribuem, de acordo com o copresidente, para reforçar a confiança na marca.

A MRV está investindo também para se preparar para "novo modelo de consumo de habitação", de acordo com Menin. "O mercado vai mudar nos próximos cinco, dez anos", diz.

FONTE: VALOR ECONôMICO