Lançamentos imobiliários que foram postergado em março na cidade de São Paulo, devido ao fechamento dos estandes no Estado, começarão a ser apresentados ao mercado a partir do fim deste mês, ganhando maior ritmo em maio. Incorporadoras optaram por adiar, principalmente, projetos destinados às classes média e alta, público mais presente nos plantões e apartamentos decorados.
No domingo, os estandes puderam ser retomados, de 11 horas às 19 horas, com ocupação máxima de 25% da capacidade. A maioria dos plantões de vendas foi reaberta, no primeiro dia de permissão, segundo Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação. Houve visitação, conforme incorporadoras, mas o movimento tende a ser maior a partir do próximo fim de semana.
A Helbor tinha dois projetos previstos para março, com Valor Geral de Vendas (VGV) que soma R$ 400 milhões, destinados à classe média-alta, que foram postergados. “Esse público não abre mão de visitar o estande, ver a maquete e conhecer o apartamento decorado. Não abre mão do encantamento”, diz o diretor de vendas, Marcelo Bonanata. O executivo avalia que será possível preparar os lançamentos para maio.
A Mitre Realty pretende realizar, em meados do próximo mês, lançamento do projeto inicialmente previsto para março, desde que as atividades dos estandes continuem permitidas e que haja bom ritmo de visitas aos plantões, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Rodrigo Cagali. Em março, com o aumento das restrições, a incorporadora optou por pré-lançar o empreendimento com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 118,6 milhões, postergando a apresentação oficial.
No planejamento da Mitre, estão mais dois lançamentos, até a primeira quinzena de junho, chegando ao VGV de R$ 330 milhões, e outro empreendimento, até o início de julho, alcançando de R$ 450 milhões a R$ 480 milhões. A intenção é que, em até 120 dias, os lançamentos somem R$ 640 milhões. A projeção de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões para o ano está mantida. “Sem novos ‘lockdowns’, é bastante factível lançar este volume”, diz.
A Tecnisa também retoma os lançamentos. O primeiro deles tem R$ 160 milhões de VGV e a expectativa é lançá-lo, segundo o presidente, Joseph Nigri, neste mês. Os planos de apresentação de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão, no biênio 2020-2021, estão mantidos. “Esperamos que as intenções de compra se mantenham, que a demanda tenha sido postergada.”
Nigri diz que as vendas de produtos para a classe média-alta foram muito impactadas durante a fase emergencial do Plano São Paulo. Houve situações em que clientes que tinham visitado os estandes, anteriormente à determinação de fechamento, optaram por postergar a aquisição.
A Even Construtora e Incorporadora deve dar início a seus lançamentos do segundo trimestre no fim de maio ou início de junho, de acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores, Carlos Wollenweber. A previsão inicial era começar em abril, mas será necessário um período para mobilizar as equipes de vendas após a reabertura dos plantões. No primeiro trimestre, as vendas da Even cresceram 2,3 vezes, para R$ 587 milhões, apesar do impacto do fechamento dos estandes em março. “Com o ‘lockdown’, a visitação diminuiu”, conta Wollenweber.
A Plano & Plano, que atua na baixa renda, postergou de março para o fim de abril dois projetos. Segundo o presidente do conselho e vice-presidente da companhia, Rodrigo Luna, partiu dos corretores a sugestão que os lançamentos fossem adiados e que as atenções se voltassem para a venda de estoques. Ainda que a companhia tenha registrado recorde de comercialização no trimestre, Luna diz que a velocidade de vendas é maior quando os clientes visitam estandes. A empresa segue com as metas para 2021.
A Trisul também está mantendo suas projeções para o ano. Jorge Cury, presidente da companhia, espera melhora da economia e de aceleração do ritmo de vacinação contra a covid-19 no segundo semestre. “Sou otimista.”
Apostando nos tours virtuais e nas vendas online, a Trisul fez dois lançamentos de alto padrão, neste trimestre, com R$ 328 milhões de VGV. Os apartamentos decorados dos dois projetos foram abertos no domingo. Os juros baixos foram um dos estímulos à decisão de fazer os lançamentos virtuais. A Trisul postergou a apresentação de um projeto, no trimestre, devido ao atraso nas licenças. De janeiro a março, a Trisul vendeu R$ 177,213 milhões, expansão de 33%, ante o mesmo período de 2020.