O mercado imobiliário registrou uma alta expressiva nos lançamentos em maio, embora o resultado não possa ser considerado ainda o início de uma tendência de recuperação do setor, que segue pressionado por vendas fracas e estoques crescentes por causa da crise, segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Os lançamentos de imóveis em maio atingiram 5.654 unidades, um pico de alta de 218,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já as vendas chegaram a 8.496 unidades, recuo de 4,1% na mesma base de comparação.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, os lançamentos totalizaram 21.406 unidades, crescimento de 24,7% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas chegaram a 39.472, queda de 14,7% na comparação entre o mesmo período.
Com a alta dos lançamentos e o recuo nas vendas, o estoque foi a 114.795 unidades em maio, o que representa alta de 6,3% em um ano. A velocidade de vendas – que considera o número de unidades comercializadas ante o total ofertado – foi de 7,2% em maio, um recuo de 0,7 ponto porcentual. Com essa liquidez, seriam necessários 14 meses para que fosse vendido todo o estoque.
Na avaliação de Luiz Fernando Moura, diretor da Abrainc, o pico de lançamentos é decorrente de uma comparação com números absolutos baixos do ano anterior, levando a uma variação porcentual mais acentuada. “Apesar dos números expressivos dos lançamentos, o mercado continua em uma fase bem retraída. Esperamos que seja o início de uma tendência de recuperação, mas não podemos assegurar isso ainda”, avalia.
