No mesmo dia em que o Banco Central divulgou o resultado da última pesquisa Focus, que mostra que economistas do mercado financeiro já apostam em uma retração de 1,97% no PIB deste ano e em estagnação no ano que vem, o Itaú traçou um cenário ainda pior para 2016. De acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira pelo maior banco privado do país, a economia brasileira está longe da recuperação e terá uma contração de 1% no próximo ano.
Segundo relatório assinado por seu economista-chefe, Ilan Goldfajn, o Itaú previa antes uma contração de 0,2% no ano que vem. Agora, a expectativa é de um recuo bem mais acentuado na atividade econômica, com queda de 1%. O resultado é ainda mais desanimador se for levado em consideração que para este ano o banco piorou sua projeção para a economia, de recuo de 2,2% para 2,3%.
Em relação ao superávit primário, o Itaú acredita que o país não cumprirá a meta de 0,15% do PIB. Segundo o banco, o resultado ficará zerado este ano. Já em 2016, o esforço fiscal corresponderá a 0,2% do PIB, enquanto no ano seguinte será de 0,6% e, em 2018, de 0,8%.
O banco destaca que o governo foi levado a reduzir significativamente suas metas fiscais e admitir as dificuldades de execução para a frente, o que aumenta o risco de o país perder o grau de investimento. Ainda segundo o documento do Itaú, “na ausência de medidas conjunturais e estruturais adicionais, a dívida pública bruta pode alcançar 70% do PIB”.
Em relação ao dólar, a projeção do Itaú é de que a moeda americana chegue ao fim de 2015 cotada a R$ 3,55. Antes, a expectativa era de que o câmbio fechasse o ano em 3,20. Para 2016, a projeção é que a divisa dos Estados Unidos fique em R$ 3,90 ante uma projeção anterior de R$ 3,50.
Já o IPCA, a inflação oficial do país, teve sua projeção elevada de 9,1% a 9,3% em 2015. Para 2016, o banco também reviu seus cálculos e elevou o percentual em 0,5 ponto, de 5,3 para 5,8.