O braço de private equity do Goldman Sachs fez um novo aporte na Melhortaxa, martekplace de crédito imobiliário. O investimento, de cerca de R$ 4,5 milhões, avaliou a fintech em R$ 100 milhões.
Com a operação, o Goldman Sachs aumentou em quatro pontos percentuais sua fatia na empresa. A participação não foi revelada, mas é minoritária e superior a 20%. Os demais acionistas da Melhortaxa são Julien Desvergnes e Rafael Sasso, confundadores da fintech, e o investidor francês Pascal Froux. Eles não acompanharam o aporte.
O investimento do banco americano foi feito por meio da Holding Finizy, que controla a Meilleurtaux.com, uma companhia similar à Melhortaxa na França. Foi o terceiro aporte feito pela instituição. Procurado, o Goldman Sachs não comentou o assunto.
A fintech brasileira funciona como uma plataforma em que o cliente pode comparar as condições oferecidas pelos bancos para o financiamento imobiliário. Com isso, a Melhortaxa gera operações para essas instituições.
De acordo com Sasso, a companhia não estava em busca de recursos, mas o dinheiro reforça o caixa para acelerar os negócios em 2020. Lançada há cinco anos, a fintech originou cerca de R$ 700 milhões em contratos de crédito e tem o objetivo de alcançar pelo menos R$ 900 milhões até o fim do ano que vem. De janeiro para cá, a Melhortaxa recebeu 50 mil pedidos, que se converteram em R$ 200 milhões em financiamentos. A empresa começou recentemente a operar também no México, dando início a um plano de expansão na América Latina.
Na visão do cofundador, o novo investimento feito pelo Goldman Sachs chancela o modelo de captação de clientes da Melhortaxa para uma operação de longo prazo, como o crédito imobiliário. “O aporte foi feito para que chegassem à participação que eles queriam”, diz Sasso.
Outro investimento em fintech anunciado ontem foi a compra da plataforma de empréstimos Just, do Guiabolso, pelo BV (nova marca do Banco Votorantim). O valor não foi revelado. A aquisição faz parte da estratégia do BV de se aproximar de startups para incrementar a geração de crédito. Em novembro, o banco participou, ao lado da gestora General Atlantic (GA), de uma rodada de captação de R$ 400 milhões do Neon.
“Com uma plataforma digital e conhecimento do usuário que são complementares aos nossos negócios, a operação do Just se somará à nossa expertise de avaliação e concessão de crédito”, diz, por meio de nota, Guilherme Horn, diretor de estratégia digital e inovação do BV.