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18/10/2021

Fórum Brasileiro de Incorporadoras promove debates sobre perspectivas para o setor em 2022

Conversa trouxe projeções e números positivos do mercado imobiliário para o fim do ano e discutiu a reforma tributária, com participação do Senador Ângelo Coronel

 

O evento, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), teve transmissão online e promoveu uma rodada de debates sobre as perspectivas do mercado imobiliário para o próximo ano. Luiz França, presidente da Abrainc, acredita que agora é a hora de tentar entender a conjuntura econômica para novos investimentos. “Hoje, o mercado imobiliário vive um grande momento, mas o futuro deve ser planejado e seus riscos avaliados. Por isso, toda a análise de como a economia se integra com a construção civil em 2022 é muito importante para as decisões que cada player tomará”, analisa.

 

 

Mediado pelo jornalista William Waack, o Fórum contou com a presença do Senador Ângelo Coronel (PSD), que criticou a taxa de tributos de dividendos. “Ruim! Porque se você vai tributar o estoque existente — como pretende o governo e como foi aprovado na câmara — você só vai melhorar a vida de muitos advogados do Brasil, gerar um contencioso de valor astronômico, talvez até maior que os precatórios — que o governo está tentando pagar mais de 90 bilhões e com dificuldade. Imagine você, que teve seu lucro, já pagou 34% e ainda ter que de novo, ao distribuir os dividendos acumulados, pagar mais 15%. Parece até uma brincadeira da equipe econômica quando propôs isso.

Para ele, a reforma tributária é boa quando você reduz a carga tributária e usa a reforma para incentivar as atividades dos principais setores da economia. “[Atualmente], você não está incentivando o parque industrial e comercial de serviços no Brasil, você está sacrificando. Quem quer fazer programa eleitoreiro, populista, não tem que fazer em cima do empresariado brasileiro”, afirma Coronel, salientando que não é contra uma reforma no Brasil, desde que seja feita com calma

Para Romero Albuquerque, Diretor de Crédito Imobiliário do banco Bradesco, só em financiamentos imobiliários o mercado cresceu cerca de dois dígitos desde o ano passado e, até agosto de 2021, o mercado cresceu 108%. “Temos uma expectativa muito positiva: crescimento de três dígitos até o final deste ano”, comenta o profissional, que também acredita na reforma tributária para estabilização de juros e geração de empregos. Cristiane Portella, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), está otimista com os últimos movimentos do mercado. A previsão da Associação para o setor é de 57% de crescimento até o final do ano, o que pode chegar ao valor de 195 bilhões. “Em função da pandemia, houve uma ressignificação do que representa o imóvel para a família brasileira. Passamos mais tempo em casa, damos mais valor aos detalhes e isso gerou uma série de consequências”, lembra Basílio Jafet, Presidente do Secovi-SP.

Porém, o Presidente do Secovi-SP lembrou como o aumento da tributação sobre os materiais e insumos para construção, materiais elétricos, cimento, cerâmica entre outros, ultrapassou os dois dígitos e até três dígitos, como foi o caso do aço. “Existe a previsão do lançamento de 70 a 72 mil unidades, o que representa aumento sensível referente a 65 mil unidades lançadas no ano de 2020 e 40 mil unidades lançadas em média nos últimos 20 anos. Para o comportamento de vendas, é esperado algo em torno de 62 a 65 mil unidades residenciais novas, vendidas em São Paulo no ano de 2021, maior do que as 60 mil de 2020 e superior à média de 35 mil unidades nos últimos dez anos.” Para ele, os imóveis poderiam ter melhores condições de preços e disposição de ofertas se as restritivas urbanísticas pudessem ser aperfeiçoadas para atender o mercado

Segunda residência

O mercado imobiliário parece estar mais voltado para a região sudeste, principalmente para a cidade de São Paulo, mas, segundo o empresário Diego Paixão, CEO da Moura Dubeux, o mercado fora da região também vive um momento favorável. “O nordeste vendeu 262% a mais no segundo trimestre, comparado com o mesmo período do ano passado, com estoque reduzido, com uma prateleira que não dura nove meses. Isso mostra que se todas as incorporadoras deixam de lançar, pode ter uma pane no curto prazo”, afirma.

Com a pandemia mais crítica que forçou as pessoas ao isolamento, aumentou a demanda de compra de imóveis como segunda residência para quem estava em busca de outras formas de lazer, conforto e qualidade de vida para a família. “A vida ficou mais cara para o brasileiro e quando o câmbio diminui as chances de viagem, as pessoas começaram a descobrir o País. Na região nordeste, plataformas como o Airbnb explodiram o valor da locação de imóvel como segunda residência”, diz Paixão, destacando que lançamentos imobiliários no nordeste tiveram sold out em menos de 48h

FONTE: ESTADO DE S.PAULO