Porém, o resultado menor, na margem, não impediu aceleração na taxa em 12 meses do indicador, que saltou de 5,58% para 6,92% de outubro para novembro. Foi a maior desde fevereiro de 2025 (8,01%). A taxa em 12 meses é mais indicada para mensurar tendências de locação no indicador.
Matheus Dias, pesquisador da fundação, comentou que, na prática, não há certeza se o índice, bem como a variação em locação no país, vai continuar a subir, como aponta o indicador em 12 meses. Isso porque em 2026 há fatores que devem operar tanto para elevar quanto para reduzir preço do aluguel no país.
Na passagem de outubro para novembro, o especialista comentou sobre a trajetória do Ivar nas quatro capitais usadas para o cálculo do indicador. Duas capitais tiveram aceleração no preço da locação: Rio de Janeiro, onde o Ivar saltou de 0,68% para 1,13%; e São Paulo, que subiu de 0,13% para 0,52%.
Em contrapartida, houve desaceleração e queda na variação do aluguel em Belo Horizonte, de 1,30% para 0,39%; e Porto Alegre, de 0,88% para -0,37%. Assim, essas duas cidades ajudaram a compor taxa menor do Ivar como um todo em novembro.
O quadro foi diferente, no entanto, na evolução da taxa em 12 meses. Três das quatro capitais usadas para cálculo do Ivar mostraram aceleração de outubro para novembro. É o caso de São Paulo (de 3,99% para 6,53%); de Belo Horizonte (de 6,93% para 11,37%) e de Porto Alegre (4,42% para 4,63%). A única localidade a mostrar desaceleração nessa comparação foi Rio de Janeiro (de 8,45% para 5,50%).
O especialista lembrou que a demanda por aluguel tem operado aquecida, impulsionada por renda originada do trabalho em alta, bem como quadro de juros elevados, na economia real. Enquanto o primeiro fator confere maior margem, ao senhorio, de negociar para cima preço de locação, o segundo deixa mais caro financiamento imobiliário. Isso, na prática, estimula moradores a continuarem no aluguel, ao invés de perseguir o sonho da casa própria.
Ao mesmo tempo, ano que vem deve entrar em vigência isenção de imposto de renda para aqueles com ganhos de até R$ 5 mil. Com isso, o brasileiro deve contar com maior margem no orçamento e, com isso, com maior folga para se ajustar a possíveis aumentos de aluguel.
Por outro lado, continuou, é preciso lembrar que os lançamentos no mercado imobiliário também estão em alta, principalmente residenciais. Esse aspecto eleva oferta de imóveis disponível, o que pode influenciar para baixo preço de aluguel, disse.
“Temos fatores a influenciar para cima [o preço do aluguel] e temos fatores que podem empurrar para baixo. Acredito que [o cenário para variação de aluguel] ainda está muito incerto para 2026”, resumiu.