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01/07/2022

Crescimento do mercado imobiliário movimenta o seguro habitacional

Segundo dados da CNseg, a carteira movimentou R$ 458,8 mi em março de 2022, registrando um aumento de 12,1% sobre o mesmo mês no ano passado

Segundo o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, produzido pelo Senai Nacional (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, o número de vendas de imóveis novos cresceu 12,8% no ano passado, quando comparado a 2020.  De acordo com a pesquisa, os lançamentos imobiliários registraram 25,9% de aumento. Dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) apontam que os financiamentos de imóveis cresceram 65% em 2021, atingindo o montante de R$205,4 bilhões. 

Com o mercado aquecido, é importante que as pessoas que estão financiando um imóvel estejam protegidas contra imprevistos. O seguro habitacional pode ser uma solução para oferecer mais tranquilidade ao proprietário da residência e sua família. Ele garante o interesse legítimo do segurado, com o pagamento da indenização ao beneficiário, às operações de crédito imobiliário, contratado junto ao estipulante, desde que ocorridos durante a vigência da apólice. 

Atualmente, existem dois tipos de seguro disponíveis no mercado imobiliário: 

SFH (Sistema Financeiro da Habitação): Este é um sistema administrado pelo governo e que possui uma apólice-padrão obrigatória para todos os financiamentos concedidos. No caso de haver algum prejuízo a ser coberto, o responsável pelo pagamento é o Estado. No SFH, existe um limite para concessão de créditos imobiliários. Os imóveis devem valer, no máximo, 500.000 reais e o financiamento não pode ultrapassar 450.000 reais. 

Seguros oferecidos por empresas privadas: Quando o preço do imóvel está acima do teto máximo do SFH, o crédito pode ser concedido por diversas empresas privadas e cada uma possui seus próprios critérios. Quem garante o risco em caso de morte ou invalidez de quem contratou o financiamento é a seguradora, cuja apólice tem valores ilimitados. 

As coberturas do seguro habitacional têm por finalidade a quitação da dívida do cliente junto a Instituição Financeira, correspondente ao saldo devedor a vencer, a partir da data da caracterização do evento coberto por Morte ou Invalidez permanente (MIP). Já no caso dos eventos relacionados aos Danos Físicos ao Imóvel (DFI), é disponibilizada a indenização para reparação ou reconstrução do bem segurado no caso de ocorrência de incêndio, queda de raio, explosão de qualquer natureza ou origem, inundação, alagamento, desmoronamento, vendaval ou destelhamento causado por vento ou granizo. 

Segundo dados da CNseg, o seguro habitacional movimentou R$ 458,8 milhões em março de 2022, representando um crescimento em sua demanda de 12,1% sobre o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a arrecadação ultrapassou R$ 1,4 bilhão, expansão de 12,8% na comparação interanual. Giovanna Almeida, executiva Regional Sul e Sudeste da Too Seguros, acredita que um dos motivos para a expansão da carteira foi a maior liberação de alvarás para construtoras, fazendo com que tivéssemos mais lançamentos e pessoas interessadas em comprar imóveis na planta. “Além disso, as taxas de financiamento neste ano estavam atrativas e foram liberados muitos incentivos por parte do Governo, fazendo com que muitos buscassem o financiamento para aquisição do imóvel”. 

Na Mapfre, a sinistralidade na carteira em 2021 registrou um crescimento de 100% em comparação com 2020 e 2019. De acordo com Ivan Marcos dos Santos, superintendente de Seguros Massificados Tradicionais e Habitacional da seguradora, apesar de pandemias serem um risco excluído das apólices de seguros, o grupo optou por cobrir casos de sinistros decorrentes da Covid-19 para cumprir seu papel social. “É nos momentos de dificuldade que a indústria de seguros demonstra sua relevância, e quando escolhemos adotar essa medida sabíamos que a sinistralidade da carteira seria afetada. O seguro habitacional é o meio adequado para proteger ambos os lados da operação, pois dá a garantia de que o saldo restante do financiamento do imóvel será pago caso o mutuário venha a faltar ou sofra de alguma condição estabelecida em apólice que o impossibilite de arcar com a dívida”. 

Para Fabiana Medina, superintendente Técnica de Ramos Elementares da Sompo Seguros, com o surgimento de benefícios como a opção de portabilidade de contratos de financiamento, por exemplo, os corretores de seguros têm a possibilidade de expandir a carteira e prestar consultoria ao consumidor, apresentando as opções de mercado disponíveis que podem trazer a cobertura adequada para o cliente com taxas competitivas. 

“Essa prospecção pode acontecer tanto no processo de financiamento imobiliário, quanto em oportunidades em que o mutuário está em busca de fazer a portabilidade de seu contrato vigente para outros agentes financeiros. Quando se aborda a questão de danos à parte estrutural dos imóveis, é bastante comum as pessoas ainda fazerem a associação da cobertura DFI do seguro habitacional com o seguro residencial ou o seguro condomínio. É sempre importante que o corretor de seguros deixe claro aos seus clientes que a contratação de um não exclui a necessidade de contratação dos demais”. 

(Matéria publicada em 01/07/2022)

FONTE: REVISTA APóLICE