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18/11/2016

Crédito habitacional reage na região e sugere que mercado imobiliário saiu do ‘fundo do poço’

Se, em 2015, a Caixa emprestou R$ 1,3 bilhão para a aquisição da casa própria no ABC, a expectativa para 2016 gira em torno de R$ 1,3 bilhão a R$ 1,4 bilhão.

O financiamento da ca­sa própria com recursos da Caixa Econômica Federal no ABC reagiu no segundo semestre de 2016, sinalizando o início de recuperação do setor imobiliário, que amarga o terceiro ano consecutivo de retração nas vendas.

Segundo dados divulgados pelo banco com exclusividade ao Diário Regional, foram financiados R$ 926 mi­lhões em habitação no período de janeiro a agosto deste ano, montante 7,4% inferior ao R$ 1 bilhão emprestado no mesmo período de 2015.

Porém, o gerente regional de Construção Civil da Caixa no ABC, Rafael Arcanjo, explicou que, no segundo semestre de 2015, a liberação de crédito para a casa própria mantinha-se em trajetória descendente, que se estendeu até meados deste ano.

O desempenho negativo foi motivado pela crise econômica, pelas quatro altas consecutivas nas taxas de juros promovidas pelo banco entre janeiro de 2015 e março deste ano e pela redução no limite de financiamento dos imóveis, em maio daquele ano.

Porém, em meados de 2016, o financiamento da casa própria parece ter encontrado o “fundo do poço”, inverteu o sinal e retomou trajetória de crescimento, ainda que construído sobre base de comparação extremamente fraca.

Se, em 2015, a Caixa emprestou R$ 1,3 bilhão para a aquisição da casa própria no ABC, a expectativa para 2016 gira em torno de R$ 1,3 bilhão a R$ 1,4 bilhão.

O fechamento pode superar R$ 1,5 bilhão se o total de contratos aprovados em agosto (R$ 135 milhões) se repetir no quadrimestre seguinte.

“A expectativa é de que, em 2017, este crescimento perdure, com o retorno ao status quo das cotas de financiamento, a redução significativa da taxa de juros e a diminuição da inadimplência, que ajuda nas novas avaliações de crédito”, disse Arcanjo.

A Caixa reconhece que o mercado de trabalho con­tinua ruim – a taxa de desemprego do ABC teve a quarta queda consecutiva em setembro, para 16%, mas é a mais alta para o mês desde 2004. Porém, Arcanjo entende que as promoções realizadas pelas construtoras, a recente redução nos juros promovida pela Caixa e a continuidade dessa trajetória de queda no próximo ano deve estimular o consumidor a voltar ao mercado.

Os dados mais recentes de pesquisa da Associação de Construtores, Imo­biliárias e Administradoras de Imóveis do ABC (ACIGABC), divulgados em meados de agosto, mostram que as vendas de imóveis novos caíram 51,6% no primeiro semestre deste ano ante igual período de 2015. Naquela oportunida­de, o presidente da entidade, Marcus Santaguita, re­latou melhora da procura nos plantões de vendas, mas previu recuperação efetiva do setor apenas em 2017. 

FONTE: DIáRIO REGIONAL