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05/09/2025

Contratações de crédito imobiliário para adquirentes crescem no primeiro semestre de 2025 no país - Autimob

Abecip aponta que o número de unidades financiadas teve aumento de 8% em relação ao primeiro semestre do ano passado

Por Luana Cardoso

No primeiro semestre de 2025, as contratações de crédito imobiliário para adquirentes cresceram no Brasil. Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de unidades financiadas cresceu 8%, chegando a 179.454 contratos, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O presidente do Conselho da Ademi, Fernando Razuk, destaca que o aumento se deve ao mercado aquecido, que faz com que as instituições financeiras destinem cada vez mais recursos subsidiados da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para o comprador final. Já para os incorporadores, os bancos têm destinado os recursos mais caros. Isso porque os empreendedores têm a possibilidade de, no momento de lançar, adequar a viabilidade e aumentar o preço dos imóveis para acomodar esse custo adicional.

“Essa escolha das instituições de crédito resulta em algumas consequências. A primeira é que, para o adquirente, as taxas disponíveis no mercado, por utilizarem recursos subsidiados, seguem mais baratas que a Selic. Porém, para os incorporadores, o crédito tem ficado mais restrito, e isso é um desafio para os empreendedores fazerem novos projetos com crédito mais escassos e custos mais altos”, explicitou Razuk.

Além dos juros mais baixos, o cliente final ainda se beneficia da valorização do imóvel. “A taxa de juros para o adquirente hoje varia de 8% ao ano a 12% a.a., a depender do cliente e do imóvel. Ou seja, além de ser uma taxa muito barata quando comparada à Selic de 15% a.a. o cliente ainda ganha com a valorização do imóvel que nos últimos três anos foi próxima a 20% ao ano”, acrescentou Fernando Razuk.

Se o cliente analisar os juros do financiamento descontando a inflação, os juros reais são ainda mais atraentes. Com o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) próximo a 7% ao ano, os juros reais seriam de 1% a.a. a 5% a.a..

Diante do cenário, o Diretor de Pesquisas e Estatística da Ademi-GO, Credson Batista, ressalta que o cliente pode ainda potencializar seus ganhos. “Como as taxas dos financiamentos para os clientes são menores que a Selic, o Investidor que estiver com recursos disponíveis para comprar sua unidade à vista pode optar por financiar seu imóvel, mantendo esses recursos em aplicação, e ainda ganhar com a rentabilidade extra resultante da diferença entre a taxa do seu financiamento, de 8% a.a. a 12% a.a. + TR, e o resultado da sua aplicação de 15% a.a. ou mais”, analisou.

O presidente do conselho, Fernando Razuk, alerta, porém, sobre a seletividade dos bancos. “Com essa escassez de recursos dos subsidiados para empreendedores, os bancos se tornam mais seletivos e priorizam a disponibilização de recursos para as empresas mais profissionais e com uma governança mais atuante, trazendo segurança para os bancos e os adquirentes”.

Nesse cenário, uma alternativa para crédito para os incorporadores é o mercado de capitais. No entanto, o custo dessa linha de crédito é muito maior, já que o investidor que compra produtos como CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), espera um retorno de CDI (Certificado de Depósito Interbancário) adicionado a um prêmio. Tornando esse custo quase inviável para os empreendimentos. “Diante desse aumento no custo de produção, os incorporadores serão obrigados a repassar essa despesa incremental para o preço final, reforçando a tendência de valorização de imóveis nos próximos anos”, complementa Razuk.

FONTE: AUTIMOB