A gestora americana de investimentos com foco no mercado imobiliário 7 Bridges chega ao fim de 2019 com comprometimento de R$ 800 milhões em projetos residenciais para venda. Ela fechou duas joint ventures neste ano, no segmento residencial, com a Construtora Adolpho Lindenberg e com a Vitacon. Além disso, mantém conversas com potenciais parceiros para desenvolver projetos de escritórios comerciais, galpões e empreendimentos residenciais para renda.
“O mercado imobiliário está em recuperação e tende a se expandir com a melhora da economia e com as reformas”, diz Benny Finzi, diretor-executivo responsável pelas operações no Brasil desde que a gestora chegou ao país em 2018. O investimento local deve superar US$ 100 milhões no próximo ano.
A joint venture com a Lindenberg foi fechada em novembro para incorporar projetos residenciais com unidades de alto padrão, principalmente de duas e três unidades. A parceria começa com o comprometimento conjunto de R$ 300 milhões. A 7 Bridges tem 80% da joint venture, cuja prioridade é desenvolver empreendimentos na cidade de São Paulo.
Recentemente, a gestora comprou a fatia que era detida por investidores em dois terrenos da Lindenberg localizados no Itaim Bibi, na zona Sul da capital paulista. Para elevar a área construída dos empreendimentos a serem erguidos nesses terrenos, foram adquiridos 8 mil Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) no leilão realizado pela Prefeitura de São Paulo no dia 5 de dezembro. O executivo avalia que seja possível lançar os projetos no segundo trimestre de 2020, caso consiga fazer, nesta semana, a conversão dos Cepacs em metragem adicional e obter as licenças para os empreendimentos no primeiro trimestre.
A Lindenberg será responsável pela administração dos projetos da joint venture, mas a 7 Bridges tem direito a “alguns vetos”, segundo Finzi. A aprovação dos empreendimentos será dividida. O modelo é semelhante, de acordo com o executivo, ao da parceria fechada, no início do ano, com a Vitacon. Nessa primeira parceria, a gestora também tem parcela de 80% dos empreendimentos.
A joint venture com a Vitacon prevê comprometimento de R$ 500 milhões em projetos residenciais de unidades compactas para venda, em São Paulo. Considerando-se os projetos em diligência, de acordo com o executivo, R$ 300 milhões terão sido comprometidos até fevereiro.
Finzi ressalta a tendência de expansão do segmento residencial dos padrões médio e alto, na cidade de São Paulo, como consequência da demanda reprimida nos últimos anos e da queda dos juros. Na avaliação do executivo, à medida que o desemprego for reduzido, haverá mais procura também por imóveis pela classe média-baixa.
Segundo Finzi, a gestora está aberta à formação de novas joint ventures no segmento residencial, mas o mais provável é continuar apenas com as fechadas, para evitar mais de uma parceria no mesmo segmento. Não há intenção de atuar no Minha Casa, Minha Vida, devido à dependência do programa de decisões governamentais.
No Brasil, o primeiro investimento da 7 Bridges foi a compra de prédio comercial que pertencia ao Itaú, em Pinheiros. O banco continuou a ocupar parte do edifício, e o restante está vazio enquanto o edifício passa por retrofit que abrange reforma da fachada e troca de sistemas internos. Nas aquisições, a gestora tem como premissa que o ativo possibilite agregação de valor. No momento, a gestora avalia também a aquisição de um hotel.
Criada nos Estados Unidos, a 7 Bridges faz investimentos na América Latina e tem escritórios no Brasil, no México e na Colômbia.