Notícias

25/02/2022

Caixa terá, ao menos, mais 10% de expansão do crédito imobiliário em 2022, diz Guimarães

Em janeiro, o banco obteve a maior contratação de sua história na habitação, segundo o executivo

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, voltou a afirmar que a carteira de crédito imobiliário do banco deve crescer ao menos 10% em 2022. Segundo ele, janeiro e fevereiro já tiveram originação recorde e a expectativa é que o crédito com funding da poupança (SBPE) cresça novamente mais do que o crédito com fuding do FGTS (Casa Verde e Amarela). 

A carteira de crédito habitacional cresceu 9,2% em 2021, para R$ 557,6 bilhões. No SBPE houve expansão de 13,8%, a R$ 218,8 bilhões, enquanto no FGTS a alta foi de 6,5%, a R$ 338,5 bilhões. 

Segundo ele, em janeiro de 2022 o banco obteve a maior contratação de sua história na habitação, de R$ 11,6 bilhões, com crescimento de 66,3% em relação a janeiro de 2021. “O resultado recorde de contratação é fruto de estratégias inovadoras e de longo prazo, com foco na rentabilização da base, cross selling e foco no cliente, com o lançamento de novos e competitivos produtos, assim como a digitalização dos processos, por meio do App Habitação”.

 Segundo Guimarães, não é possível prever como será o crédito pelo FGTS este ano, porque as liberações dependem da liberação do conselho curador do fundo. Mas no SBPE, onde a Caixa controla o funding, a expectativa é de expansão mais forte. “Temos bases de capital e funding únicas. E não estamos fazendo securitização, mas podemos voltar a fazer”. 

Crédito para o agronegócio 

A instituição tem por meta se tornar líder no crédito para o agronegócio até 2024. Guimarães explicou que a Caixa saiu do oitavo lugar em abril de 2020 para terceiro lugar em novembro de 2021 no ranking de maiores bancos no agro. “A carteira do agro foi a que mais cresceu e devemos passar para 2º lugar nos próximos meses”, afirmou. A contratação de crédito agro cresceu 102,9% de 2020 para 2021, chegando a R$ 15,5 bilhões. 

A Caixa participou também, pela primeira vez, do Plano Safra, com R$ 7,5 bilhões, que o banco pretende dobrar para R$ 15 bilhões este ano. 

“Temos market share de 4,5% no agro e esperamos terminar o ano com 10%”, defendeu o CEO da instituição. Ele pontuou que “pelos próximos 100 anos” o agronegócio será o setor em que o Brasil terá vantagem competitiva e “queremos atuar no setor”, acrescentou.

Inadimplência recua 

O executivo afirmou que a queda na inadimplência do banco é uma normalização após os efeitos da pandemia, que causaram um aumento, especialmente no segundo trimestre do ano passado. A inadimplência da Caixa ficou em 1,95% em dezembro, de 2,16% em setembro e 1,73% em dezembro de 2020. 

Questionado sobre as perspectivas para a inadimplência este ano, ele não fez projeções, mas afirmou que a Caixa “tem uma carteira muito segura”. 

Ele também acredita que a economia deve crescer mais do que o mercado projeta. “Está todo mundo falando que a economia vai crescer 0,2%, 0,5% este ano. Eu discordo, acho que vai crescer 2%. Quando as perspectivas para 2020 era de queda de 8%, 9%, 10% do PIB, eu falava que ia cair 3%, 4% e era ridicularizado, mas no fim caiu 4%”, comentou. “Não temos risco de crédito relevante, 91% da nossa carteira tem garantia”, acrescentou. 

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil 

 

FONTE: VALOR INVESTE