Notícias

10/10/2016

Caixa libera R$ 34 bi para a casa própria até fim do ano

Não há certeza, porém, se haverá procura pelos recursos.

A Caixa Econômica Federal acredita que conseguiu contornar o problema de escassez de recursos para a oferta de crédito imobiliário e, agora, se vê às voltas com o desafio oposto. "Estamos atrás de demanda", revela Nelson Antônio de Souza, vice-presidente de habitação da instituição. De acordo com ele, o banco dispõe de R$ 34 bilhões para financiamento da casa própria até o fim do ano. Não há certeza, porém, se haverá procura pelos recursos.

A cifra engloba operações feitas tanto com dinheiro da poupança como do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), incluindo as faixas de maior renda do programa Minha Casa, Minha Vida e as linhas do FGTS pró-cotista. No total, a Caixa pretende aplicar R$ 93 bilhões em habitação neste ano.

No ano passado, o quadro foi bem distinto. O volume recorde de saques da caderneta de poupança forçou a Caixa a adotar uma série de medidas para restringir a concessão de crédito habitacional. As ações incluíram aumento de juros, mudanças nos limites financiados e cortes no financiamento de imóveis usados e de empreendimentos imobiliários. Parte dessas restrições está sendo revertida ou atenuada agora.

Até setembro, a retirada líquida da poupança no ano somou R$ 41 bilhões. Para compensar essa perda de funding, a Caixa adotou duas medidas. A primeira foi aumentar os recursos disponibilizados pelo FGTS para linhas de pró-cotista, que atendem classes de média e alta renda, antes contempladas pelos empréstimos com funding da poupança. Outra decisão foi vender ao FGTS parte do portfólio de crédito habitacional, via Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), abrindo espaço para a concessão de novos créditos. Cerca de R$ 3,3 bilhões vieram dessa operação.

Como detém a maior e mais antiga carteira de crédito habitacional do país, a Caixa se beneficia de um fluxo mensal significativo de recursos da poupança - cerca de R$ 18 bilhões - que voltam a ficar disponíveis, à medida que os financiamentos vão sendo quitados. Gilberto Occhi, presidente da Caixa, disse ao Valor que a grande preocupação no momento ainda é com o aumento de distratos no setor da construção.

FONTE: VALOR ECONôMICO