O Bradesco obteve lucro líquido contábil de R$ 2,884 bilhões no terceiro trimestre deste ano, queda 10,9% na comparação com o mesmo período de 2016. O lucro ajustado aumentou 7,8%, para R$ 4,810 bilhões.
A média das projeções de analistas consultados pelo Valor apontava um lucro ajustado de R$ 4,792 bilhões para o Bradesco no terceiro trimestre.
A instituição informou que o programa de demissão voluntária (PDV) aberto em julho e encerrado em agosto teve adesão de 7,4 mil funcionários, com um custo total de R$ 2,3 bilhões. O efeito anual estimado nas despesas de pessoal é uma redução de R$ 1,5 bilhão.
O PDV foi um dos fatores que pesou no lucro líquido contábil do banco, com impacto negativo de R$ 1,262 bilhão.
O banco apontou ainda que houve aumento de 2,3% no lucro ajustado na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2017, decorrente da redução da despesa com provisão para devedores duvidosos, devido à melhora dos indicadores de inadimplência; do maior resultado com a prestação de serviços; e das menores despesas de pessoal.
Por outro lado, o resultado foi afetado pela redução da margem financeira, que sentiu o impacto do efeito do impairment de ativos financeiros; pelo menor resultado com as operações de seguros, previdência e capitalização; e pelo aumento das despesas administrativas.
A margem financeira total recuou 13,7% entre julho e setembro, ante um ano antes, para R$ 14,604 bilhões. Já a carteira de crédito expandida somou R$ 486,864 bilhões, com queda de 1,4% em três meses e baixa de 6,7% em 12 meses.
As despesas com provisões para devedores duvidosos também diminuíram, com baixa de 33,4%, para R$ 3,822 bilhões. Já a inadimplência ficou em 4,8%, de 4,9% no segundo e 5,4% no terceiro trimestre do ano passado.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio ficou em 18,1% no terceiro trimestre, de 18,2% no segundo e 17,6% entre julho e setembro de 2016.
Carteira de crédito e inadimplência - O segmento de pessoas jurídicas e um desempenho fraco em quase todas as linhas de pessoa física levaram o Bradesco a uma nova retração em sua carteira de crédito, que fechou setembro em R$ 486,864 bilhões. O número representa uma queda de 1,4% em três meses e de 6,7% em um ano.
No segmento de pessoas físicas, o estoque somava R$ 172,207 bilhões no fim do terceiro trimestre, com alta de 0,1% frente a junho e de 0,7% em relação a setembro do ano passado. Com exceção de crédito consignado, financiamento imobiliário, CDC/leasing de veículos e avais e fianças, todas as demais modalidades encolheram no trimestre.
A carteira de pessoas jurídicas diminuiu 2,1% em relação a junho e 10,3% perante setembro de 2016, para R$ 314,657 bilhões. Financiamento à exportação e operações com risco de crédito na carteira comercial, como debêntures e notas promissórias, foram as únicas linhas com variação positiva.
O saldo de operações com grandes empresas recuou 2,1% em relação ao segundo trimestre e 10,3% no confronto com setembro do ano passado, ficando em R$ 223,801 bilhões.
No segmento de micro, pequenas e médias empresas, o saldo era de R$ 90,856 bilhões no término do terceiro trimestre de 2017, o que mostra queda de 1,8% frente a junho e de 17,8% na comparação anual.
Apesar do desempenho fraco, a qualidade do crédito melhorou, o que se deve às carteiras de pessoa física quanto e micro, pequenas e médias empresas. Nas grandes companhias, os calotes continuaram em alta.
A inadimplência de pessoa física, considerando operações com atraso superior a 90 dias, caiu para 5,8% em setembro, ante 6,21% em junho e 6,5% no fim do terceiro trimestre de 2016.
Nas micro, pequenas e médias empresas, a taxa de calotes chegou a 6,79%, o que representa queda de 0,8 ponto percentual em um ano e de 0,4 ponto em três meses.
No caso das grandes empresas, porém, a inadimplência aumentou para 1,8%, ante 1,52% em junho. Na comparação com setembro do ano passado, houve queda de 0,2 ponto percentual.
No geral, a inadimplência nas operações de crédito do Bradesco era de 4,77% no término do terceiro trimestre, vinda de 4,94% no fim de junho e 5,4% em setembro de 2016.