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20/05/2020

Bancos defendem uso de imóveis como garantia imobiliária

Operação permite aproveitar garantia imobiliária já existente

O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que está em discussão “avançada” com o Banco Central (BC) a possibilidade de refinanciar contratos de crédito imobiliário e devolver ao mutuário os valores já pagos, de forma a oferecer liquidez imediata a esses clientes.

Como exemplo, Bracher mencionou um contrato de 120 parcelas, das quais 60 já foram pagas. “O banco pode devolver o dinheiro dessas 60, e você volta ao início do financiamento na mesma taxa. Seria uma coisa simples”, disse ele ontem na Live do Valor. “Esse cliente está adimplente. É uma forma de dar a ele recursos baratos.”

De acordo com Bracher, a operação aproveitaria a garantia imobiliária já existente.

A ideia também agrada outras instituições financeiras, segundo fontes de duas delas.

No entanto, há dúvidas sobre como operacionalizar a medida. O diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco, Leandro Diniz, afirmou que acompanha as discussões, mas ponderou que não é uma questão simples, pois requer mudança na legislação.

De acordo com uma fonte do setor, o nó da questão é que a lei da alienação fiduciária só permite uma operação de crédito por imóvel dado em garantia. Antes da crise, o BC já vinha estudando a possibilidade de flexibilizar essa regra. O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, é entusiasta do “home equity”, ou crédito com garantia imobiliária.

Outra questão, de acordo com um dos interlocutores, diz respeito ao direcionamento dos recursos do FGTS e da poupança para o crédito imobiliário que os bancos são obrigados a fazer. De acordo com essas regras, as instituições financeiras não podem destinar esse dinheiro a outro uso que não seja dar crédito à compra ou construção de imóveis.

FONTE: VALOR ECONôMICO