Vladimir Netto / Michelle Barros
O governo quer diminuir a burocracia na aquisição de imóveis financiados, além de dar estímulo a empréstimos que tem imóveis como garantia. A aquisição financiada de veículos também vai ser facilitada, em uma tentativa de reaquecer dois setores que também estão diminuindo a atividade.
As medidas foram anunciadas pelo ministro da Fazenda e o pacote pretende aumentar a oferta de crédito e, com isso, facilitar a compra de carros e imóveis.
Vai acabar, por exemplo, a necessidade de o comprador ir a vários cartórios para conseguir as certidões do imóvel antes de comprá-lo. Elas serão reunidas em um único documento. Quem já tem um imóvel quitado vai poder oferecer o bem como garantia para um novo empréstimo.
Hoje, os bancos ficaram mais restritivos por causa da insegurança. Então, vai aumentar a segurança e ele vai ter mais facilidade de obter o crédito. Como ele é mais garantido, tem chance do crédito ficar mais barato declara Guido Mantega, ministro da Fazenda. Em caso de não pagamento, os bancos vão poder retomar com rapidez os bens financiados, principalmente carros.
De acordo com o governo, as mudanças vão tornar as operações de crédito mais seguras para os bancos e podem reduzir os juros para o consumidor. Segundo o ministro da Fazenda, com mais garantias, os bancos vão facilitar a aprovação de empréstimos.
O presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) elogiou as medidas.
Expansão de crédito - O Banco Central voltou a estimular a expansão de crédito na economia menos de um mês depois adotar medida idêntica. O BC repetiu a dose. Com as mudanças anunciadas na quarta-feira (20), os bancos vão ter mais recursos para emprestar.
O depósito compulsório é a parcela obrigatória do dinheiro dos clientes que as instituições financeiras têm que deixar no Banco Central. Desse dinheiro, os bancos podiam pegar a metade para fazer empréstimos desde o fim de julho.
Agora, subiu pra 60%. Serão R$ 10 bilhões a mais disponíveis e que podem se somar a outros R$ 15 bilhões das reservas dos bancos contra calotes que também foram liberadas.
A expectativa é que essa injeção de mais dinheiro reanime a economia estimulando o consumo. Só que em um cenário de baixo crescimento, inflação batendo no teto da meta e inadimplência subindo, alguns economistas dizem que essas medidas não terão efeito no curto prazo.
Confiança baixa, o emprego diminuindo, salários não subindo tanto. Ou seja, o consumidor não está demandando novas linhas de crédito e o setor bancário também está reticente no momento atual de grande incerteza em fazer novos empréstimos Então, você tem uma liberação de crédito que muito provavelmente vai ficar empossado e não vai ser emprestado, analisa Juan Jensen, economista da Tendências Consultoria.
smo período de 2013, com 13.628 comercializações. Os lançamentos de 8.947 unidades de janeiro a maio deste ano foram 14% menores diante das 10.409 unidades lançadas no mesmo período do ano passado. Mas a partir de agosto, o mercado tende a aquecer.
Para os analistas de mercado, o segundo semestre, historicamente, é de vendas elevadas. E neste ano, observam, especialmente para os imóveis residenciais, não faltará dinheiro, não houve queda na renda das famílias nem subiram os índices de desemprego. "A inadimplência nessa linha de credito é a mais baixa de todo mercado, ou seja, 1,2%", informa Lazari Júnior. "Quem mais demanda financiamento são pessoas com idade de 35 anos a 45 anos, sendo que a maior parte está comprando seu primeiro imóvel. Em média, financiam, no máximo, 65% do valor do imóvel e 99,2% dos financiamentos são para moradia própria e o restante são investidores", detalha.
O crédito imobiliário representa hoje 8% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil e, embora crescente, ainda é pequeno. No Chile, o mercado imobiliário representa 20% do PIB. "Acreditamos que o Brasil continuará nesse movimento de crescimento por muitos anos, chegando entre 15% e 20% do PIB", afirma Bruno Gama, diretor geral da CrediPronto, financeira da Lopes. De acordo com Gama, entre 60% e 70% das transações na Lopes são financiadas pela CrediPronto. "Para o próximo ano prevemos um aumento na linha de financiamento entre 10% e 15%", diz.
"Os novos projetos estão se concentrando em imóveis de três e quatro dormitórios e já começam neste segundo semestre, na região Sul de São Paulo. A demanda é pela qualidade", afirma Mirella Parpinelle, diretora geral de atendimento da Lopes. Fernando Sita, diretor geral de terceiros da Coelho da Fonseca, afirma que as vendas no primeiro semestre ficaram 20% abaixo da estimativa, mas prevê um segundo semestre com excelente recuperação. "Imagino que devemos alcançar o mesmo faturamento de 2013, que já foi muito bom", prevê.