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24/03/2016

Volta do teto para financiar alivia imobiliárias

Em um esforço para reaquecer as vendas de imóveis usados, a Caixa Econômica Federal retoma hoje (24) o limite de 70% para financiamento de imóveis secundários.

Paula Cristina

Em um esforço para reaquecer as vendas de imóveis usados, a Caixa Econômica Federal retoma hoje (24) o limite de 70% para financiamento de imóveis secundários. A medida se dá em meio ao enfraquecimento do mercado imobiliário nacional e, para empresários, é solução para tentar movimentar este mercado.

"O limite de 70% no financiamento ajuda muito, mas não pode ser o único fator. As imobiliárias precisam estimular clientes a oferecerem descontos que compensem a alta taxa de juros cobrado pelos bancos", diz o presidente da imobiliária Jorge & Alencar, Ricardo Alencar.

A imobiliária, que possui duas unidades em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, estima que o volume de negócios possa avançar até 35% com as novas regras. "Temos uma fatia grande de potenciais compradores que foram obrigados a desistir da compra pelo limite do crédito."

Há 30 anos em operação, a imobiliária trabalha com uma política agressiva de preços, que passa pela conscientização do vendedor sobre os preços. "Com o avanço no valor do metro quadrado nos últimos quatro anos, muitas pessoas perderam a noção de quanto cobrar pelo imóvel, e é nesse ponto que a imobiliária precisa intervir, ou não haverá venda", disse.

Ano passado, a empresa conseguiu ver avanço no faturamento na casa dos 10%, número considerado baixo para o déficit habitacional da região. "Vínhamos crescendo cerca de 20% ao ano, mas houve uma desaceleração, principalmente em função da retração do financiamento da Caixa", disse.

A nova regra para financiamento consiste em teto de financiamento de 70% nos imóveis usados, ante aos 50% garantidos pelo banco até ontem. A cifra vale para os clientes privados, enquanto para clientes públicos o montante financiado chega a 80%.

Outras mudanças - Além do teto para financiar o primeiro imóvel, agora será possível financiar o segundo imóvel nas mesmas condições do primeiro. "Isso é muito importante para o caso de pessoas que querem vender o imóvel em que estão, e é financiado, e até ontem precisavam esperar concluir a venda para conseguir entrar em outro financiamento", disse Alencar.

Para a gerente da Senzala Imóveis, Augusta Coutinho Loch, as novas regras para financiamento do segundo imóvel atendem a uma antiga reivindicação dos compradores. Nesse caso, ela destaca que a aquisição se dá especialmente por duas situações: um upgrade, ou seja, a compra de um imóvel maior ou mais bem localizado ou para a compra do imóvel de lazer.

Impulsão - A executiva da Senzala cita ainda que 95% da carteira de imóveis da empresa são compostos por imóveis secundários. "Os valores dessas habitações estão voltando para o preço de mercado e isso somado a essa melhora nas condições de contratação do financiamento habitacional por um banco que concentra quase 70% desse tipo de empréstimo, deve movimentar o mercado."

Além dos imóveis usados, Augusta revela que as novas regras para o financiamento habitacional devem, inclusive, alavancar as vendas dos imóveis novos. "Estes recursos vão ajudar o comprador a complementar a sua renda, permitindo que ele adquira o imóvel que deseja. Isso ajuda quem tem pouco dinheiro para dar de entrada", explica.

Na opinião da gerente, esse é um bom momento para a compra. "O preço das habitações usadas está baixando, o que torna o ambiente favorável para o comprador, especialmente no caso do primeiro imóvel." A empresária revela ainda o perfil do imóvel usado mais procurado pelos compradores curitibanos que estão saindo do aluguel ou da casa dos pais para a casa própria.

"Os itens prioritários para a escolha do imóvel variam conforme o estilo de vida, a necessidade e a capacidade financeira do comprador. Mas, de forma geral, tamanho, localização, composição da área de lazer e valor do condomínio influenciam muito, bem como a proximidade ao transporte público", revela Augusta.

FONTE: DCI - SãO PAULO/SP