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14/10/2021

Vendas de cimento registraram queda em setembro

No último mês, foram comercializadas 5,7 milhões de toneladas do produto — redução de 1,6% em relação a setembro de 2020

Dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) mostram que as vendas do insumo desaceleraram em setembro. No último mês, foram comercializadas 5,7 milhões de toneladas do produto — queda de 1,6% frente aos resultados de setembro de 2020. Se comparado com agosto deste ano, o desempenho do setor teve diminuição de 1,7 p.p. — reduzindo os ganhos de 11,4% para 9,7% (retração de 14,9%). Entretanto, no acumulado de 2021 já foram 49,2 milhões de toneladas de cimento vendidas, o que representa um crescimento de 9,7% em relação ao mesmo intervalo de 2020.

A desaceleração nas vendas dos materiais de construção, em particular o cimento, é decorrente da menor renda das famílias e do aumento do endividamento, índice que chegou a 59,9% e é o maior desde 2005 (início da série histórica). Outros fatores que contribuem para o cenário são a inflação, a taxa de juros, a redução do auxílio emergencial e o desemprego.

"O aumento dos lançamentos imobiliários sustenta o desempenho do setor de cimento, mas impõe cautela para o futuro”, afirma Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC. Para ele, o alto nível de vendas de cimento passa pela criação de emprego e renda para manutenção do fôlego da autoconstrução, assim como a continuidade dos lançamentos imobiliários e a preservação do ritmo das obras. “A infraestrutura, que pode ser um grande indutor do consumo de cimento, ainda permanece com um desempenho abaixo do necessário", complementa.

Indústria do cimento

Responsável por gerar mais de 70 mil postos de trabalho, a indústria do cimento tem renda de R$ 26,4 bi anualmente e arrecadação líquida de R$ 3 bi em tributos por ano. Muito sensível aos estímulos do governo e ao cenário macroeconômico, o setor está sofrendo com os elevados índices de desemprego, além da instabilidade política, da inflação e do aumento da taxa Selic. 

Outra preocupação está relacionada ao risco fiscal e ao preço das comodities industriais que impactam consideravelmente os custos de produção, como coque, diesel, energia elétrica, sacaria e refratários (agravados pela variação cambial).  

FONTE: AECWEB