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24/11/2016

Venda de material de construção vai cair 12% neste ano

A queda projetada para o período de 2014 a 2016 é de 33%. "A base de consumo de materiais de construção voltou a 2008", afirma o presidente da Abramat.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, vai revisar a projeção de queda de vendas do setor, neste ano, de 10% para 12%. De janeiro a outubro, a retração acumulada chega a 12,1%.

A queda projetada para o período de 2014 a 2016 é de 33%. "A base de consumo de materiais de construção voltou a 2008", afirma o presidente da Abramat.

As vendas das indústrias de materiais para o varejo respondem por 55% do total e para as construtoras, pelos demais 45%. De acordo com Cover, a redução para o varejo deve ficar em 12% e para as construtoras, em 14%.

A procura de materiais de construção para reforma caiu no varejo com a piora dos indicadores de emprego e do crédito, segundo o presidente da Abramat. Das vendas para as construtoras, um terço se destina a obras de infraestrutura e dois terços são direcionados para edificações, e houve queda nos dois segmentos.

Na avaliação do presidente da Abramat, o anúncio que será feito hoje pelo governo da retomada do Construcard deve contribuir para o início da retomada do setor no próximo ano. O total estimado de financiamento é de R$ 7 bilhões até o fim de 2017. Cover diz esperar que o tíquete médio supere R$ 10 mil. Taxas de juros e prazos ainda não foram divulgados.

O representante das indústrias de materiais projeta que haverá queda das vendas no primeiro semestre e expansão na segunda metade do próximo ano. Mais para o fim de 2017, o segmento de infraestrutura - que responde por 15% das vendas dos fabricantes de materiais - vai contribuir para a melhora do desempenho do setor. Para o consolidado de 2017, a expectativa é que a indústria fature R$ 160 bilhões, sem crescimento real.

Cover defende a melhora das condições de financiamento imobiliário e compara que o programa Minha Casa, Minha Vida é responsável por 3% das vendas da indústria, patamar que já chegou a 8%.

Em outubro, o uso da capacidade instalada das indústrias de materiais estava em 68%, ante a média histórica de 85%. 

FONTE: VALOR ECONôMICO