A pesquisa abrange 41 cidades, incluindo municípios do interior, da Baixada Santista e da Região Metropolitana, localizados em polos econômicos relevantes do estado. Apesar do avanço nas vendas, o setor opera em um cenário marcado por contrastes. A taxa Selic, mantida em 15%, mantém os juros elevados e dificulta o acesso ao crédito imobiliário, especialmente para a classe média.
“A alta taxa de juros atinge diretamente os possíveis compradores da classe média, que dependem de financiamento para a aquisição de um imóvel, uma tarefa difícil, já que os bancos acompanharam o aumento da Selic e também aumentaram as taxas de juros de suas linhas de crédito. Com relação aos compradores de alto poder aquisitivo, a alta da taxa de juros deixou este público mais seletivo, preferindo manter o dinheiro aplicado e só comprando o imóvel que for, realmente, seu desejo. O público de poder aquisitivo mais baixo continua contando com taxas baixas de financiamento, subsidiadas pelo governo”, explica Rafael Machado, cofundador e CEO do Meu Imóvel, plataforma de soluções residenciais.
Entre os principais motores do crescimento estão os programas habitacionais com subsídios, como o Minha Casa, Minha Vida, que respondeu por 48% das vendas e 52% dos lançamentos registrados no período. Já o segmento de altíssimo padrão segue resiliente, pois seus compradores geralmente não dependem de financiamento bancário.
Mesmo com o aumento nas vendas, o acesso ao crédito ainda é um dos grandes desafios para o setor. O cenário de juros elevados exige cautela por parte dos consumidores e soluções mais inteligentes por parte do mercado.
“Neste momento de incertezas, gerado pela manutenção dos juros em patamares altos, a escolha de um imóvel precisa passar por uma criteriosa avaliação das diversas opções do mercado. O Meu Imóvel é o portal que facilita muito esta escolha, pois realiza uma curadoria dos imóveis e apresenta ao cliente as opções cujas características atendem às necessidades do mesmo. Desta forma, o cliente poderá otimizar o seu tempo”, completa Machado.
Com a movimentação concentrada em nichos específicos, plataformas digitais como o Meu Imóvel ganham espaço ao aproximar compradores e incorporadoras. Ferramentas que reúnem praticidade, curadoria e variedade se tornam essenciais diante da menor margem para erro na hora de fechar negócio.
Especialistas alertam que, sem mudanças nas condições de crédito e maior estabilidade econômica, o setor precisará adotar novas estratégias para manter o ritmo. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) já projeta retração no volume de financiamentos em 2025, o que pode agravar a dificuldade de acesso à casa própria.
Apesar do bom desempenho no início do ano, o setor se prepara para um segundo semestre mais desafiador, com foco em adaptação e inovação diante das limitações do crédito.
