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15/07/2020

Top Picks: queda de juros ajuda construtoras na recuperação

As primeiras prévias operacionais do setor de construção civil referentes ao segundo trimestre de 2020, divulgadas esta semana por Even e MRV, mostram que as empresas conseguiram números acima do que era esperado pelo mercado.

As primeiras prévias operacionais do setor de construção civil referentes ao segundo trimestre de 2020, divulgadas esta semana por Even e MRV, mostram que as empresas conseguiram números acima do que era esperado pelo mercado. Por isso, alguns analistas acreditam que a retomada deste segmento no pós-pandemia será mais rápida, inclusive por conta da baixa taxa de juros, atualmente em 2,25% ao ano, o que facilita e aumenta a demanda por financiamento de imóveis.

“De fato a recuperação parece que será mais rápida do que o esperado, em função principalmente dos juros baixos e do apetite dos bancos para incentivar o credito imobiliário”, avalia Luis Salles, analista da Guide Investimentos. Ele afirma que as construtoras mais voltadas para o segmento de baixa renda, como a MRV, se mostram mais resilientes, mas os números para média e alta renda, como no caso da Even, também se mostram positivos, diz o analista.

Na opinião de Renato Chanes, estrategista de Pessoa Física da Santander Corretora, ainda é cedo para rever projeções, mas os números apresentados até agora surpreenderam positivamente. Ele espera melhores resultados das companhias voltadas para baixa renda, especialmente MRV e Tenda, por conta do “aumento significativo das vendas” no segundo trimestre, e “receitas estáveis em base anual, o que é positivo, considerando as circunstâncias atuais”.

“Em termos relativos, esperamos que a Tenda supere o desempenho da MRV, pois acreditamos que a margem bruta da MRV (28,1%) continue pressionada por sua política de desconto em andamento, que visa reduzir estoques”, completa Chanes.

Pedro Galdi, da Mirae Asset, acredita que a maior adoção do regime de home office durante a pandemia de covid-19 também influencia os números, “pois as pessoas podem optar por morar em áreas mais distantes dos escritórios onde trabalhavam presencialmente”.

Essa questão do rearranjo do local de trabalho também é citado por Julia Monteiro, analista da MyCap. Para ela, essa nova realidade deve alterar as demandas, gerando oportunidades de investimento. “Acreditamos ainda nas projeções de longo prazo, que associadas à menor taxa de juros trazem melhores custos de oportunidade”, completa a analista.

Para Enrico Cozzolino, analista do banco Daycoval, houve até mesmo lançamentos durante o segundo trimestre. “Deste modo, podemos ficar mais otimistas com aquelas empresas que possuem boa gestão, que certamente saberão aproveitar o momento de taxa de juros mais baixa”, opina.

FONTE: ESTADO DE S. PAULO