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31/07/2020

Top Imobiliário 2020: Para todos os gostos e bolsos

De olho na retomada do mercado no pós-pandemia, empresas do setor imobiliário vão dos projetos de luxo, que podem custar R$ 33 mil o metro quadrado, aos imóveis populares, destaque de vendas na crise

No 27º Prêmio Top Imobiliário, a Cyrela venceu em duas categorias – construtora e incorporadora –, conquistando o topo do ranking depois de se classificar em quinto lugar na edição anterior. A consultoria de imóveis Lopes repetiu o feito como campeã entre as vendedoras.

Criado em 1993 pelo Estadão, o Top Imobiliário é uma parceria com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), cujos registros definem a premiação das dez empresas, em cada categoria, com o maior volume de novos projetos na Grande São Paulo.

O engenheiro Reinaldo Fincatti, diretor da Embraesp, diz que o setor imobiliário surpreendeu positivamente em 2019, ano-base do Top Imobiliário 2020. Foram lançadas 82.768 unidades residenciais na Região Metropolitana de São Paulo. “É o maior número de todos os tempos”, afirma ele, enfatizando o crescimento de 67%.

Com área total de 7,9 milhões de metros quadrados, um aumento de 52% em relação ao ano anterior, os empreendimentos lançados em 2019 somaram um valor geral de vendas (VGV) de R$ 37,9 bilhões, conta Fincatti, citando dados da nova edição do Relatório Anual da Embraesp (disponível para venda por R$ 600). 

Na sua avaliação, esses dados configuram uma nova realidade para o setor residencial.

Nesta edição, 174 construtoras, 217 vendedoras e 202 incorporadoras concorreram ao Top Imobiliário. São aferidos cinco quesitos: VGV lançado, número de empreendimentos, de blocos, total de unidades e área a ser construída. A Embraesp faz as ponderações, com pesos diferentes para os três segmentos, obtendo a pontuação que define o ranking final.

As mesmas empresas, classificadas no ranking das incorporadoras, também estão entre as dez mais na lista das construtoras. O valor total dos lançamentos feitos por elas atingiu R$ 16,6 bilhões, uma participação de 44% do total. 

Em seu anuário, o Sindicato da Habitação (Secovi-SP) divulgou os recordes de lançamentos (55,5 mil apartamentos) e vendas (44,7 mil unidades residenciais) registrados em 2019. Foi o ano que consolidou a recuperação do mercado de São Paulo, de acordo com o presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet. 

Participação

A cidade representa 43% do total de 130 mil unidades residenciais lançadas no Brasil em 2019. Outro destaque do cenário paulistano é o crescimento exponencial, segundo o Secovi, dos imóveis econômicos, enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida, com teto de R$ 240 mil de preço final.

No ano passado, 49% dos lançamentos na capital foram de habitações populares, produto que também respondeu por 45% do total comercializado.

Neste ano, os lançamentos caíram, mas as vendas ainda apresentam bons resultados em São Paulo e no mercado nacional. Mesmo com a crise da pandemia, o segmento de baixa renda foi responsável por mais de R$ 5 bilhões, somando negócios fechados pelas três primeiras colocadas no ranking das construtoras.

A MRV, com R$ 1,81 bilhão, e a Tenda, com R$ 689 milhões, bateram recordes de vendas no segundo trimestre, enquanto a Cyrela comercializou R$ 1,2 bilhão em moradias populares no primeiro semestre.

Econômico é 49% da produção em São Paulo

Em 2019, São Paulo bateu recorde em lançamentos, com 55,5 mil apartamentos (50% a mais do que em 2018). No mesmo período, o número de novas habitações populares cresceu 67%, de 16,3 mil para 27,2 mil em 2019, conquistando uma fatia de 49%, a maior participação já registrada para moradias do programa MCMV no mercado paulistano.

Além da marca inédita em volume de lançamentos, São Paulo também registrou recorde de vendas, com 44,7 mil apartamentos novos vendidos em 2019. Para o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, esse alto desempenho resulta principalmente do aumento do volume de empreendimentos econômicos, que apresenta “crescimento exponencial” desde 2016. 

A participação, que era de 16% em 2016, atingiu 45% em 2019, quando foram vendidos 20.092 imóveis enquadrados no MCMV, ante 11.203 unidades em 2018.

Valor do lançamento mais caro chega a R$ 33 mil o m²

A curva de preços dos 39.245 apartamentos lançados pelas dez empresas classificadas no ranking final das construtoras vai de R$ 150 mil até R$ 9,5 milhões na cidade de São Paulo. Segundo a Embraesp, parceira do Estadão no Top Imobiliário, o mais caro é o Fasano Residências, lançado em setembro.

A Even é a responsável pela incorporação e construção do empreendimento, com data de entrega prevista para novembro de 2022. Localizado no Itaim, as unidades do Fasano Residências têm 288 metros quadrados preço médio de R$ 33 mil por m². As vendas estão a cargo da Evenmob, também premiada na edição deste ano.

Na outra ponta do mercado, está o edifício Hortência, lançado pela Tenda, em dezembro, no programa Minha Casa Minha Vida. A torre de 18 andares tem 456 apartamentos, com 2 dormitórios, de 44 m² (cerca R$ 3,4 mil o m²), sem garagem.

A comercialização das unidades é feita pela própria Tenda. Com data de entrega para setembro de 2022, o Hortência fica no Campo Limpo. 

Com uma distância de aproximadamente 18 km entre os dois edifícios, que representam os extremos de preços entre os lançamentos residenciais de 2019, ambos ficam na zona sul de São Paulo.

FONTE: ESTADO DE S. PAULO