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27/10/2023

SindusCon-SP e Secovi-SP discutem escassez de mão de obra qualificada e custos da construção (Sinduscon-SP)

Tema foi tratado na reunião do segmento de habitação popular das entidades

Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), apresentou resultados da Sondagem da Construção que mostram crescente preocupação com a escassez de mão de obra qualificada, e um panorama da evolução dos custos da construção medidos pela nova metodologia do INCC-M. A apresentação foi feita na reunião do Comitê de Habitação Popular (CHP) do SindusCon-SP e da Vice-Presidência de Habitação Econômica do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), em 26 de outubro.

 

O encontro foi conduzido por Daniela Ferrari, vice-presidente de Habitação do SindusCon-SP e diretora da Vice-Presidência de Habitação Econômica do Secovi-SP. Participaram, entre outros, Ronaldo Cury, vice-presidente de Relações Institucionais do SindusCon-SP; Victor Bassan, diretor adjunto de Habitação do sindicato; Filemon Lima, gerente de Relações Institucionais da entidade; Ely Wertheim, CEO do Secovi-SP; e Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

 

Ana Castelo relatou que, em 12 meses, o INCC-M tem desacelerado até agosto, voltando a crescer um pouco em setembro e outubro, mas continua abaixo da taxa de 2022: 3,37% contra 10,89%.  Materiais e Equipamentos registram variação de -0,49%. Já a mão de obra, que agora tem dados dos serviços, apresenta variação de 6,64% no ano e de 7,14% em 12 meses.

 

O INCC-M de outubro registra variação de 0,20%, puxado pela mão de obra (0,29%). No acumulado do ano, São Paulo registra aumento de 2,4% no acumulado de 2023, devido ao aumento da mão de obra, e com os materiais apresentando quedas de preços, informou.

 

Ana Castelo ainda destacou que a Sondagem de Construção de outubro mostrou que a escassez de mão de obra qualificada preocupa cada vez mais os empresários de todos os segmentos do setor, agora ainda mais do que a demanda insuficiente. Ela afirmou que a industrialização pode tornar o setor mais atraente. Em relação à diminuição do otimismo manifestado pelos empresários na Sondagem, afirmou que o setor pode retomar a confiança mais adiante, diante do PAC, do Minha Casa e dos demais programas. 

 

Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, comentou que o mercado voltado ao Minha Casa, Minha Vida está reagindo mais em São Paulo que nas demais regiões do país. E disse estimar que, se não for neste ano, em 2024 as vendas do programa suplantarão as de média e alta renda.

 

Atividades

Daniela informou que SindusCon-SP e Secovi-SP apresentaram sugestões para a regulamentação, no município de São Paulo, de habitação de interesse social fora dos programas oficiais, e na modalidade locação. Relatou tratativas com o Ministério da Fazenda para a regulamentação do RET de 1%, que possivelmente ficará apenas para 2024. Informou que em 8 de novembro o STF retomará o julgamento sobre a remuneração do FGTS. 

 

Ela recomendou que as construtoras estimulem os municípios a firmarem convênios com prefeituras para atender a instrução normativa do Ministério das Cidades, relativa a esses convênios. Comentou o esforço feito para a manutenção do RET na reforma tributária. Informou que a próxima liberação da carta de crédito do Casa Paulista ainda não tem data marcada. E disse que serão formados dois novos grupos de trabalho, para tratar de assuntos relativos à Caixa Econômica Federal e de desburocratização dos procedimentos de licenciamento dos empreendimentos habitacionais no Estado de São Paulo. Segundo estudos citados por Ronaldo Cury, os gastos com burocracia representam em média 9,5% do custo do imóvel.

 

Abelardo Campoy, do Grupo de Apoio do Conselho Curador do FGTS, informou que o GAP não foi envolvido nas propostas de mudança no saque-aniversário, em andamento no Ministério do Trabalho e Emprego. Isto, junto à incerteza em relação ao que o STF decidirá sobre a remuneração do FGTS, tem dificultado a elaboração do orçamento do Fundo, que segundo ele deverá ser apresentado no final de novembro.

FONTE: SINDUSCON-SP