Os resultados operacionais do terceiro trimestre estão mais heterogêneos no segmento de médio e alto padrão. Sete incorporadoras listadas em bolsa já divulgaram seus resultados, e apenas duas aumentaram os lançamentos na comparação com o mesmo período do ano passado. Cinco tiveram alta em vendas.
Quatro empresas publicaram seus números nesta segunda-feira (16): Cyrela, Lavvi, Even e Melnick. A Cyrela terminou setembro com 13 novos projetos lançados, que somaram R$ 1,5 bilhão em valor geral de venda (VGV), queda de 26% sobre o mesmo período do ano passado. As vendas líquidas da incorporadora resultaram em R$ 1,69 bilhão, queda de 1%.
Na Lavvi, o terceiro trimestre trouxe R$ 192,8 milhões em vendas líquidas, aumento de 131% ante o mesmo período de 2022. A empresa, no entanto, não fez lançamentos entre julho e setembro, ante R$ 171,8 milhões lançados há um ano.
No material que acompanha a prévia, a incorporadora afirma que a falta de lançamentos foi uma decisão estratégica e que deve lançar mais dois projetos em 2023. Um deles será o primeiro no Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com sua nova marca Novvo. O outro é uma continuação de parceria com a Cyrela.
A incorporadora Even registrou R$ 198,9 milhões em VGV lançado, crescimento de 120% sobre o mesmo período de 2022, com três projetos. As vendas líquidas da empresa somaram R$ 298 milhões no período, crescimento de 9% na base anual.
Sua empresa-irmã Melnick, que constrói no Rio Grande do Sul, também veio com dados positivos, com aumento de 56% nos lançamentos, de R$ 242,3 milhões, e de 17,9% nas vendas líquidas, de R$ 178 milhões.
Na semana passada, outras três incorporadoras de médio e alto padrão listadas na bolsa já haviam divulgado seus resultados. Com atuação no Nordeste, a Moura Dubeux aumentou suas vendas em 13%. Seus lançamentos caíram 18% no trimestre, mas foram razoáveis, segundo relatório dos analistas Ygor Altero e Ruan Argenton, da XP.
A Mitre apresentou dados “positivos”, de acordo com os analistas do Bradesco BBI, com aumento de vendas e lançamentos na comparação com o segundo trimestre, após uma primeira metade do ano mais conservadora. Sobre o terceiro trimestre de 2022, no entanto, houve queda de 4% nos lançamentos.
Já a EZTec teve resultados “ruins” na avaliação do Citi e “fracos” segundo o BTG, com vendas e lançamentos abaixo do esperado pelos analistas. Para eles, no entanto, a queda de lançamentos, de 80% na base anual, se deve mais ao fato de a empresa estar concentrada na queima de estoque e em segurar projetos enquanto espera o fim da revisão do Zoneamento de São Paulo do que a uma falta de demanda dos compradores.
