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29/06/2020

Securitização garante recursos para setor imobiliário

Fortesec faz a conexão entre investidores e empreendedores; em 5 anos de atuação, companhia já emitiu mais de R$ 3,5 bilhões

A pandemia da covid-19 trouxe grande impacto para diversos setores da economia, e não foi diferente com o imobiliário. Apesar de o crédito nas instituições financeiras ter ficado mais restrito, o funding para o setor via mercado de capitais continua disponível. Neste cenário, a securitização aparece como uma importante opção de financiamento para os empreendedores darem andamento a projetos novos ou já em construção. Além de atender setores mais tradicionais,  como incorporações, lajes corporativas,  built-to-suit (BTS), entre outros, a securitização é o principal modelo de crédito disponível para setores desatendidos pelo mercado tradicional bancário, como loteamentos e resorts em multipropriedade. É o caso do empreendimento Wyndham Gramado Termas Resort & SPA, na foto, que foi premiado como melhor projeto do mundo em 2019 durante a Wyndham Global Conference e acessou o mercado de capitais no mesmo ano.

O processo de securitização é bem simples e está se consolidando no País como uma alternativa para investimentos nos setores imobiliário e do agronegócio, com os chamados Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). Diferentemente do que muitos pensam, essa modalidade se adéqua a empresas de todos os tamanhos e regiões. Segundo Rodrigo Ribeiro, sócio-diretor responsável pela área de Gestão e CFO da Fortesec, “operações acima de R$ 3 milhões já começam a fazer sentido e podem ser atendidas por esse modelo”.

A modalidade, criada nos Estados Unidos, chegou no Brasil em 1997. Funciona assim: um empreendedor tem um projeto para um condomínio residencial, por exemplo, que terá as unidades vendidas e retorno financeiro a longo prazo, mas não tem recursos suficientes para concluir suas obras. Recorre, então, a uma securitizadora, instituição especializada e autorizada por órgãos reguladores que capta o valor que o empreendedor precisa para tocar seu projeto com investidores no mercado de capitais. Todos os meses, parte do que é pago pelos compradores dos apartamentos é destinada ao pagamento dos investidores. O excedente é devolvido ao empreendedor, além de funcionar como um mecanismo de segurança caso aconteçam distratos ou outros imprevistos. Este excedente, inclusive, garante que a operação continue funcionando bem mesmo em períodos delicados como o que estamos passando.

Para o investidor, “é uma maneira de diversificar os riscos de um investimento financeiro, já que se trata de uma carteira pulverizada”, explica Ubirajara Rocha, sócio-diretor responsável pela área de Estruturação da Fortesec.

Entre as vantagens, está a possibilidade de o empreendedor levantar recursos com um prazo de pagamento que se adéqua ao fluxo de recebíveis do projeto. Outro benefício importante é receber os recursos em tranches, ocasião em que o empreendedor os recebe conforme o andamento da obra e, portanto, paga juros somente sobre o montante que foi disponibilizado para aquela fase do projeto. Isso garante o pagamento de parcelas menores que as habitualmente cobradas em estruturas em que o valor total é disponibilizado desde o início da operação, o que é visto em operações mais tradicionais do mercado de capitais.

Na contramão do mercado, neste ano a Fortesec integralizou 25 operações e emitiu 12 novas, atingindo um volume de R$ 660 milhões, além de contar com 16 CRIs e CRAs em estruturação

Conexão

No mercado desde 2015, a Fortesec está presente em 18 estados e já emitiu mais de R$ 3,5 bilhões em operações. “Estamos muito próximos dos investidores; quando os empreendedores precisam de recursos para dar andamento aos seus projetos, eles nos procuram, e fazemos a conexão entre os dois lados”,

explica Ribeiro. A companhia também faz um acompanhamento muito próximo ao empreendedor e a cada projeto, garantindo que os recursos sejam utilizados conforme o combinado e que as obras sejam efetivamente entregues.

Antes de fazer a captação dos valores no mercado, a empresa avalia quais são as necessidades do empreendedor e traça uma estratégia adequada para o projeto específico. Os executivos explicam que, como a Fortesec não trabalha com produtos de prateleiras, cada operação é avaliada individualmente para atender ao projeto daquele cliente.

Nestas condições, a organização se compromete a financiar até 80% da aquisição de imóveis novos e usados com valores a partir de R$ 90 mil, em até 35 anos ou 420 meses.

O comprometimento com o financiamento deverá ficar em até 35% da renda (de acordo com a análise de crédito), que pode ser composta com mais de uma pessoa, mesmo sem ter parentesco.

FONTE: ESTADO DE S. PAULO