“É um movimento que deve acontecer em breve, distensionamento da política monetária. Os dados mostram uma queda da inflação, e algumas casas aqui da Faria Lima já preveem inflação dentro da tolerância da meta […] Essa queda nos preços e redução dos juros são obviamente muito importantes para o setor de construção”, disse Mello.
Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, maior nível em duas décadas. Parte do mercado financeiro estima que o Banco Central comece o ciclo de cortes no início do próximo ano ou até antes.
O secretário também comentou a nova política imobiliária do governo, que será lançada pelo presidente Lula nesta sexta-feira (10). Segundo ele, a iniciativa será mais um item do “arsenal” da gestão federal para a frente habitacional, junto ao fortalecimento do FGTS e ao uso do Fundo Social.
Apesar das medidas, Mello ressaltou a necessidade de novas fontes de financiamento do crédito imobiliário, alternativas à poupança, que tem perdido captação ao longo dos anos. “Temos um cenário em que um dos principais fundings, a poupança, está perdendo captação. Há um cenário de juros mais elevados e maior educação financeira que leva as pessoas a investirem suas reservas financeiras em outros ativos”, explicou. “Isso exige que pensemos em uma forma de financiar habitação que não dependa da poupança. É preciso trazer novas formas de funding para esta finalidade”, completou.
A nova política permitirá que os bancos usem livremente os recursos captados para operações mais rentáveis, desde que concedam crédito imobiliário equivalente ao valor captado. Inicialmente, 5% do compulsório será liberado e, se não houver intercorrências, os 20% estarão disponíveis a partir de 2027.
Atualmente, o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) acumula cerca de R$ 750 bilhões. A injeção inicial poderá chegar a R$ 35 bilhões, e, quando a política estiver totalmente implementada, a R$ 150 bilhões.