O presidente do conselho de administração do Santander Brasil, Sérgio Rial, disse ontem que a subsidiária brasileira do banco espanhol pretende expandir sua base de clientes em 42% até 2018. Segundo Rial, que assumirá presidência executiva em 1º de outubro, a meta é ampliar dos atuais 3,2 milhões de clientes para 4,6 milhões em três anos. A declaração foi dada em Londres, durante o evento em que a cúpula da instituição financeira expõe a investidores e analistas seus planos para o período de 2016 a 2018.
O banco pretende atingir esse objetivo com programas específicos desenhados para segmentos distinto se com um modelo comercial que coloca o cliente no centro de todas as decisões do negócio. Segundo Rial, entre 2016 e 2018, a economia brasileira passará por uma recuperação. O Santander prevê que o País deve cair 2,55% em 2015 e 0,60% no ano que vem. Mas o banco aposta em crescimento de 1,5% da economia em 2017 e de 2% no ano seguinte.
Nomeado para a presidência do conselho no início de setembro, Sérgio Rial também destacou que o banco se preparou nos últimos anos para ganhar participação no mercado brasileiro, de olho no potencial de bancarização que ainda existe no País e na expansão do mercado de capitais no médio prazo.
A apresentação de Rial mostrou ainda que a unidade brasileira deve registrar crescimento de dois dígitos em sua receita para 2018 e prosseguir com disciplina de controle de custos.
Durante o evento, Santander Brasil divulgou projeções de alguns indicadores para 2018. A previsão é de que o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE) passe de 12,8% no primeiro semestre deste ano para 15,6% em 2018. O banco também projetou que terá índice de eficiência de 44,5% daqui três anos, ante 50% nos seis primeiros meses de 2015. O índice de inadimplência deve ficar em linha com seus pares em 2018, ante 3,2% no primeiro semestre.
O banco espanhol mostrou aos investidores que a listagem de suas subsidiárias não é mais uma prioridade. O foco é cortar custos e fortalecer seu capital nos próximos três anos, colocando a cisão de seu negócio britânico em segundo plano. O banco quer aumentar os dividendos a partir de 2016.
A presidente do conselho de administração, Ana Botín, que em seu primeiro ano no comando reformulou a administração do maior banco da zona do euro, está buscando persuadir investidores de que o impulso de empréstimos em países como Grã-Bretanha e EUA vai trazer retornos maiores.