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21/10/2021

Saldo total da carteira de crédito deve crescer 1,6% em setembro, aponta Febraban

O ritmo de expansão anual da carteira Pessoa Física deve seguir acelerando, de 18,8% para 19,1%, o maior desde novembro de 2011

O saldo total da carteira de crédito deve crescer 1,6% em setembro, registrando o oitavo avanço mensal seguido, segundo a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban, divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central.

Segundo o levantamento, o destaque deverá vir da carteira destinada às famílias, que deve avançar 1,8% no mês, “beneficiada pela retomada das atividades econômicas e pela recuperação do mercado de trabalho, que estimulam, em especial, as linhas de consumo e de crédito pessoal”.

Desta forma, o ritmo de expansão anual da carteira Pessoa Física deve seguir acelerando, de 18,8% para 19,1%, o maior desde novembro de 2011 (+19,8%), diz a entidade. Entretanto, a elevada base de comparação deve fazer com que o ritmo de expansão anual da carteira total de crédito mostre nova desaceleração, de 15,9% para 15,3%.

“Diante de elevado ritmo de crescimento, é natural a acomodação das taxas. Ainda assim, a expansão anual da carteira de crédito mantém-se em um patamar bastante elevado, mostrando que a oferta de crédito segue forte e contribuindo positivamente para a retomada da atividade econômica”, afirma, em nota, Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da federação.

O bom desempenho do crédito às famílias deve ser visto nos dois segmentos, de acordo com a pesquisa. A carteira livre deve avançar 1,9%, enquanto a carteira com recursos direcionados deve mostrar alta de 1,6%, novamente impulsionada pela elevada demanda pelos créditos imobiliário e rural.

Sardenberg destaca ainda o bom desempenho esperado para a carteira Pessoa Jurídica, que deverá avançar 1,3% em setembro, puxada pela carteira livre (+1,6%). “Além de impulsionada pela retomada da economia, contará com a sazonalidade favorável de modalidades voltadas para fluxo de caixa, como descontos de duplicatas e recebíveis e antecipação de faturas de cartão”, afirma, no comunicado. “É interessante observar que a relativa piora nas expectativas de crescimento ainda não impactou o mercado de crédito.” A carteira direcionada para PJ, por sua vez, deverá mostrar uma expansão de 0,9%.

Conforme o levantamento, apesar de estimativa de avanço no mês, a carteira Pessoa Jurídica deve seguir perdendo força, com o ritmo de expansão anual recuando de 12,2% para 10,6%, “reflexo do término dos programas emergenciais e a retomada das captações das grandes empresas no mercado de capitais”.

As concessões de crédito devem ficar praticamente estáveis em setembro, com avanço de 0,3%. No entanto, diz a Febraban, se o resultado for ajustado por dias úteis, o crescimento vai para 5%.

Na série sem ajustes, a alta do mês deve ficar concentrada nas concessões destinadas às empresas, com estimativa de crescimento de 3,4%. “O resultado deve ser puxado pelas operações com recursos livres, impulsionadas pela retomada da atividade e pela sazonalidade favorável das linhas de fluxo de caixa. Já as operações com recursos direcionados devem seguir acomodando com o término dos programas emergenciais de crédito.”

As operações destinadas às famílias, por sua vez, devem retrair 2,3%, embora mantendo-se em elevado patamar histórico, segundo o levantamento. A variação acumulada em 12 meses deve acelerar para 18,8%, “o que reforça a liderança das operações pessoa física para o crescimento do crédito no ano”.

As projeções da Febraban são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 39% a 89% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha de crédito, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.

FONTE: VALOR ECONôMICO