Levantamento realizado pelo portal O VivaReal, com análises referentes a indicadores do setor imobiliário no segundo trimestre de 2015. Neste período, a amostra contemplou 30 cidades em diferentes regiões do país e considerou mais de 3 milhões de imóveis usados disponíveis para compra ou aluguel. Entre os mercados estudados, Natal (+4,59%), Fortaleza (+3,24%), Joinville (+2,17%), Goiânia (+2,12%), Niterói (+2,08%) e Sorocaba (+2,04%) apresentaram valorização real para venda no período - acima do IPCA acumulado para o segundo trimestre de 2015 (2,01%).
O índice também teve como destaque a desvalorização do preço nos dois mercados com maior valor por m² no país, Rio de Janeiro (- 3,64%)e Brasília (-1,50%).
- Apesar da desaceleração do mercado e do crescimento dos preços abaixo da inflação na maioria das cidades, percebemos que o desenvolvimento do mercado imobiliário continua acontecendo em diversas regiões, impulsionado por questões microeconômicas. É o caso do Itaim Paulista em São Paulo, beneficiado pelo Rodoanel, e de Marechal Hermes, no Rio, bairro localizado próximo a Deodoro, que será sede de competições nas Olimpíadas - pontuou Lucas Vargas, vice-presidente-executivo do VivaReal, sobre as altas de +19,11% e +9,59%, respectivamente.
No segundo trimestre do ano, apenas cinco cidades apresentaram valorização real no preço por m² para aluguel - IGP-M acumulado de 1,88%. Em primeiro lugar ficou Fortaleza com +3,70% de valorização, seguida por Brasília (+3,66%), Natal (+2,56%), Curitiba (+2,14%) e Goiânia (+2,03%). Quando analisamos as cidades mais desvalorizadas, João Pessoa se destacou com queda de 6,10% seguida por Londrina (-3,90%), Rio de Janeiro (-3,63%) e Vila Velha (-2,84%). ?Com as mudanças recentes nas regras de financiamento para imóveis usados pela Caixa Econômica Federal a expectativa é que houvesse aumento da demanda por imóveis para aluguel e, consequentemente, alta nos preços. Porém, o que observamos no último trimestre é justamente o contrário, o que nos permite concluir que o brasileiro segue em busca do sonho da casa própria?, comenta Vargas.
O índice DMI-VivaReal também apontou um desalinhamento entre a oferta e a demanda por imóveis, sendo o destaque a relação por faixa de preço.
Mercado de luxo vai na contramão da crise - Imóveis de alto padrão continuam sendo um nicho que não sofre com as quedas do mercado. Os chamados Triple A são uma eterna aposta do segmento. No mercado imobiliário brasileiro esse modelo de imóvel resiste ao tempo e à instabilidade da economia
Esse público-alvo pode exigir e pagar por isso. O segmento ganhou nova vida com as inovações que os novos empreendimentos apresentam. Daí, o ciclo se renova: o público exige novidades, os empreendedores apresentam unidades cada vez mais modernas - e caras - e, mesmo assim, com risco zero de "empacar". É um tipo de imóvel geralmente é bem localizado, não tem menos de 400 m² e dispõe dos mais modernos equipamentos e novas tecnologias.
A oferta restrita - que favorece a manutenção da demanda - é um dos pontos que estimula o mercado de luxo, segundo especialistas. Mesmo depois do boom imobiliário, este mercado não teve excesso de oferta, como ocorreu com os segmentos de dois e três dormitórios, de até 100 m². Isso fez com que as unidades de alto padrão continuassem sendo atendidas de acordo com a procura.
O investimento em imóveis de luxo não é tão sensível às crises econômicas, pois seus consumidores têm um patrimônio formado, dependendo menos do crédito imobiliário. Essa maior independência em relação ao crédito faz com que o número de distratos no segmento também seja menor, garantindo a liquidez dos empreendimentos.