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24/04/2018

Rio espera recuperação depois de atingir vacância de 41%

Os proprietários cariocas vinham resistindo a diminuir os preços pedidos, apesar de a taxa de vacância (percentual de unidades não locadas) ter fechado 2017 num patamar de 36%

Depois de atingir um pico histórico de 41% no primeiro trimestre do ano, o percentual de escritórios de alto padrão vagos na cidade do Rio de Janeiro tende a cair nos próximos meses, como sinal de uma inflexão no segmento corporativo do mercado imobiliário carioca. Levantamento da consultoria imobiliária internacional Newmark Grubb aponta uma queda de 11,2% no valor médio do aluguel pedido pelos proprietários na comparação entre o primeiro trimestre de 2018 e igual período do ano passado. Nesse intervalo de um ano, o preço médio pedido por metro quadrado para a locação caiu de R$ 100,20 para R$ 91,60.

 Os proprietários cariocas vinham resistindo a diminuir os preços pedidos, apesar de a taxa de vacância (percentual de unidades não locadas) ter fechado 2017 num patamar de 36%. "No Rio, os proprietários demoraram para entender que a dinâmica de preço pode ser eficiente [para a redução da vacância]", diz Mitre Benassi, da Newmark. Ao fim do quarto trimestre de 2017, o preço médio pedido por metro quadrado para locação no Rio de Janeiro estava em R$ 97,50, apenas 2% abaixo do mesmo período de 2016.

 Em relação ao fim de 2017, quando a taxa de vacância estava em 36%, houve aumento de cinco pontos percentuais, com a entrega de um novo edifício corporativo na Zona Portuária e a devolução de escritórios no Centro do Rio. A conta não leva em consideração a aquisição pela Bradesco Seguros do edifício Port Corporate Tower, também na Zona Portuária, ainda não ocupado pela companhia. Se fosse computada a ocupação do imóvel (o que deve ocorrer neste segundo trimestre), a taxa de vacância cairia dois pontos percentuais, para 39%.

 Mesmo com a taxa de vacância ainda alta, já é possível identificar um aumento na demanda por escritórios de alto padrão. Nos três primeiros meses do ano, a absorção líquida (total de área locada descontado o total de área devolvida) foi positiva em 18,8 mil metros quadrados na cidade. Esse valor corresponde a quase três vezes a absorção líquida acumulada ao longo de todo o ano de 2017 no Rio de Janeiro. "A absorção líquida nos deixa animados com o mercado", afirma Benassi. "Demonstra que pode haver melhoria". Para o executivo da Newmark Grubb, a virada no segmento imobiliário corporativo carioca pode se concretizar já no próximo ano.

FONTE: VALOR ECONôMICO