Cyrela e Helbor confirmaram nos balanços a dura realidade de 2016 para todo o setor de construção civil. A Cyrela apresentou retração no lucro líquido, no quarto trimestre de 2016 e no acumulado do ano passado, enquanto a Helbor reverteu seu resultado líquido de ganho para perda nas duas comparações anuais.
O lucro da Cyrela caiu 68,4%, no trimestre, para R$ 31 milhões e teve queda de 66,2%, em 2016, para R$ 151 milhões. No intervalo de outubro a dezembro, seu resultado líquido foi impactado, negativamente, por contingências de R$ 39 milhões, por R$ 5,4 milhões da rubrica "outras receitas/despesas operacionais" referentes ao projeto Grand Parc, e por R$ 5 milhões por reconhecimento de perda referente a mútuo com um parceiro.
O lucro trimestral da Cyrela refletiu também a queda de 10,8% da receita líquida, para R$ 919 milhões, e a redução da margem bruta de 33,9% para 28,8%. No trimestre, foram distratados seis terrenos, com impacto negativo de R$ 14 milhões, e vendida uma área, com efeito positivo de R$ 10,6 milhões. Esses dois fatores impactaram a margem bruta, que refletiu também o efeito por economia líquida de obra, na receita, de R$ 29 milhões, abaixo dos R$ 31 milhões no quarto trimestre de 2015.
A Cyrela teve impacto líquido positivo de R$ 10,7 milhões no resultado em decorrência do investimento da Tecnisa. No ano passado, a Cyrela fez aporte de R$ 75 milhões na Tecnisa e ficou com 13,62% do capital da empresa.
A Cyrela gerou caixa de R$ 156 milhões no quarto trimestre de 2016, mas consumiu R$ 111 milhões no acumulado do ano.
A Helbor reverteu o lucro líquido de 2015 e teve prejuízo líquido de R$ 103,2 milhões no ano passado. No quarto trimestre, a companhia teve perda líquida de R$ 83 milhões, ante lucro de R$ 12,3 milhões um ano antes. A receita líquida caiu 40,4%, no trimestre, para R$ 199 milhões, e teve queda de 31% no ano, para R$ 901,95 milhões. A Helbor teve margem bruta negativa de 12,9% no intervalo de outubro a dezembro, mas registrou indicador positivo de 10,7% no acumulado de 2016.
O retorno sobre patrimônio (ROE) dos últimos 12 meses da Helbor ficou negativo em 7,4% no ano passado. A alavancagem medida por dívida líquida sobre do patrimônio líquido era de 101,4% no fim de 2016.
Já a Rossi conseguiu reduzir seu prejuízo líquido em 51,8% no quarto trimestre, para R$ 86,9 milhões, e em 7,8%, no ano, para R$ 514,4 milhões. A receita líquida caiu 24,9%, no trimestre, e encolheu 56% no acumulado de 2016. A margem bruta, que ficou negativa em 7,8% no quarto trimestre de 2015, foi positiva em 19,1% de outubro a dezembro. No ano, a margem bruta caiu de 11,4% para 6,5%.
A Rossi não lançou empreendimentos em 2016. As vendas líquidas da incorporadora tiveram queda de 81%, para R$ 135 milhões. Os distratos caíram 7,1%, para R$ 668,1 milhões no ano. A Rossi vendeu R$ 37,2 milhões em ativos no ano passado.