Por Rita Azevedo
A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) vê a redução do prazo das letras de crédito imobiliário (LCI) de nove para seis meses como um “avanço relevante" para o fortalecimento do crédito imobiliário no país.
Em nota, a entidade informa que recebeu a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) com satisfação. “A Abecip sempre destacou que essa medida contribuiria de forma significativa para ampliar a atratividade e a eficiência desse instrumento como fonte de recursos para o financiamento imobiliário via LCIs”.
Ao tornar esses títulos mais flexíveis e aderentes às demandas dos investidores e das instituições financeiras, a iniciativa fortalece a captação de recursos privados para o setor imobiliário, estimulando o desenvolvimento do mercado secundário e contribuindo para a diversificação fundings para o financiamento habitacional no Brasil, explica a entidade.
A redução do prazo das LCIs é uma demanda de bancos que atuam no financiamento imobiliário desde o ano passado. Até fevereiro de 2024, o prazo de vencimento desses papéis era de três meses. Naquele mesmo mês, o CMN decidiu ampliar o vencimento para um ano, em meio a uma série de mudanças nas regras de títulos incentivados.
O prazo das LCAs, que têm relação de risco e retorno semelhante às LCIs, foi elevado de três para nove meses. Em agosto, o CMN resolveu corrigir a assimetria e reduziu o prazo para as LCIs também a nove meses.
Na ocasião, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) considerou a decisão positiva, mas disse que o ideal seria a retomada do prazo de três meses, “para maximizar o potencial de captação em LCIs” e “fazer frente às demandas crescentes desse mercado.”
Em 2024, o volume emitido de LCIs recuou 29%, para R$ 204 milhões. Nos últimos três meses do ano, as emissões avançaram, mas junto a isso também aumentaram os custos de distribuição devido ao maior prazo, conforme a Abecip.