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18/06/2015

Proposta final por HSBC está prevista para julho

O Bradesco fez uma proposta para comprar a unidade brasileira do HSBC, mas o lance final (oferta vinculante) só será feito em julho, afirmou o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, ao participar de evento em São Paulo.

O Bradesco fez uma proposta para comprar a unidade brasileira do HSBC, mas o lance final (oferta vinculante) só será feito em julho, afirmou o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, ao participar de evento em São Paulo.

"Fizemos uma oferta e estamos analisando. A oferta final só será feita no mês de julho, pelo calendário estabelecido pelo vendedor", afirmou. "O tamanho do cheque vai ser decidido na última hora", disse o executivo, sem oferecer mais detalhes sobre a transação.

Trabuco descartou que a compra traga preocupações de concentração bancária. "O sistema financeiro brasileiro nunca foi tão concentrado como hoje e a competição nunca foi tão acirrada".

Na semana passada, a matriz do HSBC emitiu um comunicado oficializando a saída do Brasil e da Turquia. O banco decidiu se concentrar suas operações na Ásia e tenta economizar até US$ 5 bilhões em custos até 2017.

O principal executivo do Bradesco fez uma aparição surpresa no evento de tecnologia bancária realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Ciab. Trabuco visitou o estande do banco na feira e chegou até a conversar com a consultora de investimentos digital que o Bradesco levou para o evento. 

Sobre inadimplência, o executivo afirmou que, embora o viés seja de alta, essa piora ainda não se manifestou. Mesmo assim, a visão dele é que os bancos têm spread suficiente para absorver uma eventual piora nos calotes, trazida pela mudança no nível de emprego da economia brasileira.

"Sabemos que é um ano de mudança de patamar no emprego e isso baterá na inadimplência. Mas os bancos brasileiros, em geral, possuem margem, spread suficiente para cobrir os riscos de crédito que o ambiente possa oferecer", disse. "Nas empresas em geral e na pessoa física não houve mudança de patamar de inadimplência", disse o executivo. "O que tivemos foram alguns casos imprevistos nas finanças corporativas."

O executivo voltou a classificar 2015 como um "ano de ajustes", considerando normal que houvesse menor demanda de crédito, situação que acredita ser transitória.

Trabuco se disse otimista com a recuperação da economia brasileira no ano que vem e afirmou que espera ver o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo em seu potencial em meados de 2016. "A atividade vai voltar e o programa de concessões será um driver de crescimento."

Trabuco acredita que a grande discussão que se terá no país nos próximos anos será o novo modelo de crédito para investimento. "O modelo de crédito em que o Estado compõe taxa de retorno com juros favorecidos ao tomador não vai ser possível, na plenitude que é hoje, em um ambiente de equilíbrio fiscal. Então teremos um novo modelo de financiamento", disse. 

 

FONTE: VALOR ECONôMICO - PáG. C1