- O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, negou ontem que o governo federal esteja exercendo pressão para que a casa reduza os juros no esforço de retomada da economia.
Para o executivo, o corte das taxas liderado pelos bancos públicos nos anos recentes "não foi frutífera" e o executivo classifica a iniciativa passada como um "puxadinho" econômico.
"A ação do Banco do Brasil e a Caixa não foi frutífera ao cortar os juros porque os outros não o fizeram. Não foi correto. Temos de olhar para frente e fazer coisas consistentes [...]Não adianta forçar a redução dos juros", disse.
Durante café da amanhã com jornalistas, o presidente do BB explicou que os bancos têm mantido contato com o governo sobre iniciativas para redução do custo do crédito. "A gente tem conversado com o governo e existe disposição do sistema financeiro nacional de reduzir os spreads bancários", afirmou. "Há predisposição em acompanhar a taxa Selic de forma sustentável e não da maneira feita anteriormente", acrescentou.
Por outro lado, de acordo com Caffarelli, a carteira de crédito do Banco do Brasil deve voltar a crescer em 2017 com a gradual retomada da economia e a continuidade da queda da taxa Selic. "Não divulgamos os números de 2017, mas certamente cresceremos no crédito", disse.
Ele não divulgou a previsão de expansão das operações de crédito - o chamado guidance -, mas citou que a esperada volta ao crescimento da economia brasileira deve levar à "retomada dos empréstimos na pessoa jurídica". Nas operações para as famílias, o banco prevê reação em operações como o crédito consignado e financiamento imobiliário.
Além da atividade, o executivo explicou que a expectativa de continuidade de queda da Selic também ajuda ao reduzir custos. "Com a inflação ancorada, existe a tendência de continuidade de redução dos juros. E os bancos vão se adequando", completou o presidente do BB.